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    Investigação vê “forte ligação” de Jordy com organizador de atos antidemocráticos

    Deputado foi alvo de busca e apreensão em sua casa e no gabinete da Câmara

    Thais ArbexLucas Mendesda CNN , Brasília

    A investigação que mira o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) aponta que o congressista teria auxiliado diretamente na organização e no planejamento de atos antidemocráticos no Rio de Janeiro.

    De acordo com os investigadores, há indícios de que Jordy, “além de orientar tinha o poder de ordenar as movimentações antidemocráticas, seja pelas redes sociais ou agitando a militância da região”.

    A Polícia Federal (PF) viu “forte ligação” entre o deputado e Carlos Victor de Carvalho, apontado como líder de extrema-direita em Campos dos Goytacazes (RJ) e organizador de atos antidemocráticos.

    O congressista foi alvo de operação de busca e apreensão pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quinta-feira (18), em sua casa e em seu gabinete na Câmara dos Deputados. A medida foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

    O magistrado autorizou também acesso a dados telefônicos e telemáticos de computadores e dispositivos que tenham sido apreendidos.

    Jordy e outras nove pessoas foram alvos da 24ª fase da operação Lesa Pátria, da PF. A investigação tem o objetivo de identificar pessoas que planejaram, financiaram e incitaram atos antidemocráticos ocorridos entre outubro de 2022 e o início de 2023.

    “Meu líder”

    Em uma troca de mensagens em dezembro de 2022, Carlos Victor chama Jordy de “meu líder”, e pede orientação sobre “parar tudo”.

    CVC: Bom dia meu líder. Qual direcionamento você pode me dar? Tem poder de parar tudo.
    JORDY: “Fala irmão, beleza? Está podendo falar aí?
    CVC: Posso irmão. Quando quiser pode me ligar

    Segundo Moraes, em sua decisão, no dia que se deu a conversa “estavam em prática os bloqueios de rodovias em todo Brasil, inclusive em Campos”.

    Outro ponto destacado pela PGR é que Carlos Victor, em janeiro de 2023, entrou em contato telefônico com Jordy enquanto se encontrava foragido.

    “Reforçando os indícios de fortes vínculos entre CARLOS VICTOR e CARLOS JORDY, no dia 17/01/2023, quando CARLOS VICTOR se encontrava foragido, CARLOS JORDY faz contato com o primeiro, que já sabia, desde o dia anterior, do mandado de prisão expedido”, disse a PGR.

    Outro lado

    O deputado Carlos Jordy usou as redes sociais para se defender sobre ação da PF, dizendo que está sendo perseguido.

    “Eles estavam buscando arma, celular, tablet e pegaram. Eu falei onde estava a minha arma, pegaram meu celular, tentaram buscar outras coisas que pudessem me incriminar, mas não encontraram nada”, disse.

    O deputado disse que ele jamais incitou ou estimulou as pessoas a participarem dos atos do dia 8 de janeiro. “Isso é a verdadeira constatação de que nós estamos vivendo uma ditadura. Em momento algum, sobre o 8 de janeiro, eu incitei, eu falei para as pessoas que aquilo ali era correto.”

    “Pelo contrário, em momento algum eu estive nos quartéis generais quando estava acontecendo todos aqueles acampamentos. Nunca apoiei nenhum tipo de ato tanto anterior ou depois no 8 de janeiro”, falou.

    Jordy também classificou a ação como uma “piada”. “O que estão fazendo é óbvio, tem o intuito de perseguir seus adversários. Também estão mirando aí as eleições municipais, já que eu sou pré-candidato a prefeito de Niterói, e é óbvio que tem um viés totalitário, intimidatório, não tem respaldo legal”, opinou.

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