Integrante do MBL confirma que estava em grupos pró-Boulos e diz que objetivo era questioná-lo
Jovem de 15 anos foi agredido por militantes do PSOL durante ato de campanha do candidato a deputado federal em São Paulo Guilherme Boulos
O jovem de 15 anos que foi agredido pela militância do PSOL na tarde de domingo (25) — identificado como membro do Movimento Brasil Livre (MBL) — confirmou que fazia parte de grupos de mensagens favoráveis à candidatura de Guilherme Boulos para o cargo de deputado federal.
Segundo nota divulgada à imprensa por seu representante legal, o objetivo do menor “era encontrar Boulos e questioná-lo politicamente, tendo agido de forma independente, sem conhecimento do MBL (Movimento Brasil Livre)“.
“Seu objetivo jamais foi o de gerar qualquer conflito e que as alegações nesse sentido não passam de meras tentativas de encobrir as agressões desferidas em seu desfavor pelo candidato Guilherme Boulos”, continua o comunicado.
O desentendimento começou na tarde de domingo, quando o adolescente se aproximou do candidato, que estava em ato de campanha na Avenida Paulista, em São Paulo, questionando seu posicionamento perante a situação de Cuba.
“Boulos, você que defende democracia, por que defende ditaduras como Cuba?”, questionou o jovem, em um vídeo publicado nas redes sociais por membros do MBL.
O celular então é derrubado, não sendo possível entender o que aconteceu naquele momento. Outro vídeo divulgado pelo MBL nas redes mostra o adolescente pouco depois sendo agredido com chutes e socos por militantes do PSOL que acompanhavam o ato.
Em comunicado, o MBL informou que não estava “ciente das atividades” do garoto no WhatsApp, mas diz que “não há nenhuma irregularidade em participar de grupos que se dizem democráticos e abertos ao diálogo”.
De acordo com o PSOL, o jovem ingressou no grupo de campanha do candidato ainda neste mês.
“Essa não é a primeira vez que Arthur aciona a campanha de Boulos. Em 2020, o militante do MBL procurou a assessoria de imprensa da campanha solicitando uma entrevista e chegou a parabenizar o candidato pelo resultado nas eleições à Prefeitura de São Paulo”, diz trecho da nota divulgada pela legenda.
Diante do conflito no domingo, agentes da Polícia Militar foram acionados, tendo sido confrontados com imagens das agressões e lesões aparentes no corpo do menor
“Os policiais localizaram o candidato e solicitaram que ele os acompanhasse até a delegacia para registro dos fatos. O candidato se recusou a acompanhar as equipes ao distrito policial e um grupo de pessoas passou a hostilizar os policiais, que precisaram intervir, controlando o tumulto”, informou a Secretaria de Segurança Pública (SSP).
Confira a íntegra das notas divulgadas pelo PSOL e pelo MBL:
Nota do PSOL
“MBL se infiltra em grupo de Boulos para premeditar ação contra o candidato
O militante do MBL Pedro Arthur, que alegou falsamente ter sido agredido por Guilherme Boulos neste domingo (25), entrou em um grupo de Whatsapp da campanha do candidato no PSOL no mês de setembro. Nele, buscava saber onde Boulos estaria em agenda sob a alegação de querer vê-lo presencialmente.
Essa não é a primeira vez que Arthur aciona a campanha de Boulos. Em 2020, o militante do MBL procurou a assessoria de imprensa da campanha solicitando uma entrevista e chegou a parabenizar o candidato pelo resultado nas eleições à Prefeitura de São Paulo.”
Nota do MBL
“O Movimento Brasil Livre repudia a tentativa sórdida do PSOL de justificar o espancamento de um menor de idade com ilações infundadas. Não estávamos ciente das atividades de Pedro Arthur no WhatsApp, mas não há nenhuma irregularidade em participar de grupos que se dizem democráticos e abertos ao diálogo. Tentar insinuar uma ‘provocação’ ou ‘armação’ para justificar as agressões contra o jovem de 15 anos apenas explana a natureza ditatorial desse partido. Dizer que ‘ele queria provocar’ para justificar a violência é como dizer que uma vítima de assédio estava ‘de saia curta’.”