Indícios contra Witzel são fortes, diz deputado integrante de tribunal misto
Em entrevista à CNN, Waldeck Carneiro comentou situação do governador afastado
Para o deputado Waldeck Carneiro (PT-RJ), a situação não está boa para Wilson Witzel (PSC). Em entrevista à CNN nesta terça-feira (29), o parlamentar, que é um dos membros do tribunal misto que vai julgar as acusações contra o governador afastado, falou sobre os próximos passos.
“É difícil formar um juízo a priori, mas as coisas não me parecem muito boas para o lado do governador afastado”, disse. “Só posso afirmar que os indícios são robustos, que a Alerj, por 69 a 0, entendeu que deveria seguir. Os indícios são fortes, se serão confirmados ou não, só o nosso trabalho no tribunal misto poderá dizer.”
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Ele contou que o grupo, formado por cinco deputados estaduais e cinco desembargadores, se reunirá nesta quinta (2) pela primeira vez, para instalar o tribunal e definir um plano de trabalho e uma metodologia para a primeira votação. “Tem a aceitação da denúncia ainda, existe ainda essa possibilidade de recusar a denúncia.”
Carneiro disse ainda que todos os deputados estão tentando apontar qual foi o “pecado” de Witzel, por ter sofrido derrotas unânimes na Casa. “Foi sempre de zero, nunca houve um deputado que votasse a favor ou apresentasse circunstância atenuante. O que a gente percebeu que, ao longo de um ano e meio, não sei se por estilo pessoal, ele sempre se manteve muito distante do Parlamento”, conta.
“Chegou um momento na Casa sem precedentes na história das Casas parlamentares, quando o governo ficou sem um líder na assembleia, é realmente impressionante. É possível que seja um combo, de atitude, estilo pessoal e inexperiência política”, afirmou.
O deputado disse ainda que, apesar de não haver movimentação na Alerj em relação às acusações contra o governador em exercício Cláudio Castro (PSC), não há conivência ou acomodação por parte da Casa.
“Não vejo acomodação, eu integro a oposição desde o início do mandato e percebo que existe uma vontade dos parlamentares para que o Estado volte a funcionar com normalidade institucional”, disse. “Existe expectativa geral para que a gente saia desse debate de páginas criminais e possa enfrentar os desafios importantes que o Rio de Janeiro tem pela frente”.
Ele avalia que o estado passa por várias crises concomitantes, desde a sanitária por conta da pandemia até a fiscal e político-administrativa. “Não tenho dúvida que o Rio de Janeiro está se esgotando, a capacidade de viver essas intempéries. Precisamos inaugurar um novo ciclo”.
(Edição do texto: Paulo Toledo Piza).