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    Eleições 2022

    Indecisos podem decidir se eleição acabará no 1º turno, diz cientista político

    José Álvaro Moisés aponta que campanhas têm adaptado discursos a segmentos específicos para alterar estabilidade das pesquisas

    Layane Serranoda CNN , em São Paulo

    De acordo com o cientista político e professor da USP José Álvaro Moisés, apesar de serem um grupo pequeno, os indecisos podem decidir se a eleição presidencial será concluída ainda no primeiro turno.

    “As indicações de preferências dos dois candidatos [Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT)] estão relativamente próximas, 6% pode ser um percentual importante para decidir se a eleição conclui no primeiro turno ou se ela é projetada para o segundo turno”, diz Moisés.

    Segundo ele, apesar de parte dos eleitores não conseguirem acompanhar o andamento do pleito, o número de indecisos é uma sinalização de que as comunicações dos principais candidatos não conseguem argumentar ao eleitor.

    “É como se os indecisos dissessem aos candidatos: esclareçam melhor, argumentem melhor. Então é um indicador para as estratégias das campanhas”, pontua o professor da USP.

    O cientista político diz que, historicamente, o percentual de indecisos na última semana antes do pleito foi importante para orientar o sentido dos resultados finais. Ele acredita que os candidatos têm se movimentado para tentar alterar a atual “estabilidade” da disputa.

    “Mais recentemente tiveram pequenas modificações, por exemplo na preferência pelo presidente Jair Bolsonaro, que subiu em alguns segmentos, e, no caso do ex-presidente Lula, diminuiu. Isso é um indicador de que têm algumas mudanças ocorrendo, mas não substanciais como talvez a estratégia da campanha de Bolsonaro pudesse esperar como efeito de uma série de medidas econômicas e sociais que o governo adotou”, afirma Moisés.

    Neste sentido, as campanhas vêm focando em detalhes, como os segmentos em que podem conseguir votos e quais discursos devem ser adotados para determinado perfil de eleitor, pontua o professor. Bolsonaro, diz ele, tem dificuldade com o segmento das mulheres. Já Lula precisa dar uma “resposta mais clara para segmentos da classe média sobre corrupção”, aponta o cientista político.

    “A minha impressão é que a estabilidade revelada pela maior parte das pesquisas é real. Porém, esses outros pequenos detalhes chamam atenção para uma previsão dos candidatos de mudanças que podem ocorrer nessas próximas semanas e, com isso, modificar o panorama de estabilidade que nós temos visto até agora”, diz o docente da USP.

    Debate

    As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM formaram um pool para realizar o debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontecerá no dia 24 de setembro.

    O debate será transmitido ao vivo pela CNN na TV e por nossas plataformas digitais.

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