Imagens mostram vandalismo e ataques de invasores a policiais na Câmara; veja

Novas imagens de segurança divulgadas pela Câmara dos Deputados mostram os atos de vandalismo e os ataques a policiais legislativos na Casa durante a invasão ao Congresso Nacional em 8 de janeiro.

Do alto do prédio principal do Congresso, uma câmera registrou o momento em que os invasores rompem com facilidade a barreira da Polícia Militar do Distrito Federal na Esplanada dos Ministérios. Correndo, invadem o gramado do Parlamento até subirem e descerem as rampas que dão acesso às entradas.

Um outro vídeo mostra policiais legislativos na chamada varanda do Congresso, de olho na multidão no gramado do local, pouco antes da invasão ao prédio. É possível ouvir barulhos de explosões e ver fumaça ao fundo.

Também há imagens que mostram a tentativa dos invasores de entrarem no plenário da Câmara a partir do Salão Verde, um dos principais espaços da Casa. Um grupo grande de invasores pressiona uma barreira de policiais legislativos para tentar entrar no salão, quase rompendo-a. Os policiais então lançam mão de gás lacrimogêneo e spray de pimenta para controlar e afastar a multidão.

Em determinado momento, parte dos invasores tenta agredir os policiais legislativos com chutes e arremessos de objetos, mostram as imagens.

“Os pontos de incêndio foram repelidos e apagados. Além disso, os invasores entoavam o grito de guerra para invadir e incendiar o plenário da Câmara. Muitos vieram preparados para atacar e se defender das forças de segurança, munidos com rojão, estilingue com bolas de gude e facões; e portavam máscara anti-gás, capacete e escudo”, informou a assessoria da Câmara.

“Os invasores conheciam o manuseio da mangueira de extintor de incêndio para dispersar o gás lacrimogêneo e técnica de rapel, utilizada para descer o jardim de inverno do Salão Verde”, completou.

Outras imagens mostram depredações na liderança do PT na Câmara e próximo a salas do PSDB, que também foram atacadas. Um homem enrolado em uma bandeira do Brasil ateia fogo em um equipamento que estava protegido por vidro, quebrado. Em seguida, vai embora e as chamas aumentam. Bombeiros chegam com um extintor para combater o incêndio.

Há ainda imagens que mostram os invasores atacando uma viatura da Polícia Legislativa. Eles abrem as portas e danificam o veículo, que fica com a frente caída no espelho d`água. Na parte externa do prédio do Congresso, uma câmera registrou os invasores fazendo uma barreira para obstruir uma saída de policiais legislativos que tentavam contar a depredação generalizada.

Uma das imagens cedidas pela Câmara mostra, por fim, policiais legislativos conduzindo um grupo de invasores presos.

“Cinco pessoas foram presas no dia 8 de janeiro pela Polícia Legislativa da Câmara, interrogadas e encaminhadas posteriormente para a penitenciária. A maioria dos invasores detidos no Salão Verde, no entanto, foi levada para o plenário do Senado Federal, onde já haviam alguns que resistiam em deixar as instalações do Congresso Nacional. Dessa forma, foram devidamente autuados pelos agentes daquela Casa.”

Questionada pela CNN, a Câmara informou que 100 policiais legislativos da Casa atuaram no combate aos atos criminosos em 8 de janeiro.

“Eles estavam equipados com capacete, viseira, escudo, colete balístico e exoesqueleto. Para dispersar os invasores, foram usados spray de pimenta e granadas de gás lacrimogêneo, além das táticas policiais de controle de multidão. Os agentes legislativos recebem treinamento constante, inclusive sobre como utilizar corretamente o gás lacrimogêneo e como resistir a ambiente confinado com gás.”

De acordo com a Câmara, oito agentes se feriram, dos quais três foram hospitalizados.

Também questionada pela reportagem, a Câmara informou contar com um “protocolo de assistência psicológica e psiquiátrica para seus agentes legislativos”. “Logo em seguida ao término da invasão, o Departamento de Assistência à Saúde da Casa disponibilizou atendimento para os agentes legislativos”, disse. No entanto, não respondeu quantos policiais legislativos procuraram a assistência e pediram afastamento temporário do serviço desde 8 de janeiro.