História republicana do STF tem apenas 3 ministras, diz Rosa Weber
Para presidente da Corte, déficit de representatividade feminina significa em “déficit para a própria democracia”
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, ressaltou nesta quarta-feira (8) a pouca quantidade de mulheres que integraram a Corte.
Em toda a história republicana do Supremo, instalado em 1891, foram 3 ministras, incluindo a própria Weber.
“A história republicana deste STF conta com apenas 3 ministras, entre 169 ministros, de ontem de hoje e de sempre”, afirmou, durante evento realizado pelo STF em celebração ao Dia Internacional da Mulher.
“O direito das mulheres a igualdade de tratamento e acesso a espaços decisórios como forma de luta contra discriminação de gênero não é projeto realizado, mas projeto em construção”, declarou a magistrada.
A primeira ministra a integrar a Corte foi Ellen Gracie, em 2000. A ministra Cármen Lúcia entrou em 2006 e Weber, em 2011.
Weber afirmou que ela é a primeira mulher que veio da magistratura a integrar o STF. “Ellen Gracie, ainda que estivesse no TRF-4, era egressa do MP, procuradora da República. E a ministra Cármen Lúcia egressa da advocacia, procuradora do estado de Minas Gerais”.
Para a presidente do STF, o déficit de representatividade feminina significa em “déficit para a própria democracia”.
“Reverter a disparidade histórica de representação é imperativo que nos desafia a todos, homens e mulheres, partidos políticos, sociedade civil e instituições de Estado. Trata-se na verdade de aperfeiçoar a democracia, transformando um potencial direito em um direito efetivamente exercido”, declarou.
Também participaram do evento a ministra Cármen Lúcia, a pesquisadora Margareth Dalcomo, a atriz e diretora de TV Regina Casé, e a estagiária do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Alcineide Cordeiro, integrante do povo indígena Piratapuya.
O STF abrirá duas vagas neste ano, com as aposentadorias de Ricardo Lewandowski (maio) e de Rosa Weber (outubro). Ambos completam 75 anos em 2023.