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    Eleições 2022

    Haddad diz que busca apoio do “PSDB histórico” e promete espaço no governo

    Petista, que disputa segundo turno contra Tarcísio de Freitas, afirma que tem condições de governar São Paulo sem o centrão

    Mathias Broteroda CNN

    O candidato ao governo do estado de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse nesta quinta-feira (6) que tem interesse em formar alianças com parte do PSDB.

    “Eu tenho total condição de trazer uma dissidência do PSDB. Uma parte do PSDB interessa a nós, que é o PSDB histórico. Esse pode vir conosco. Governar conosco”, afirmou a jornalistas, em evento na capital paulista que serviu para o partido Solidariedade anunciar apoio formal à sua candidatura.

    O discurso do ex-prefeito de São Paulo, que disputará o segundo turno contra Tarcísio de Freitas (Republicanos) em 30 de outubro, ocorre enquanto sua campanha procura apoio de diferentes siglas.

    Haddad, porém, disse que não precisaria do centrão para governar o estado. “Nós temos toda a condição de governar sem o centrão. Não tenho nenhuma dúvida disso”, disse.

    Ao falar especificamente do PSDB, o petista citou como referências os ex-governadores de São Paulo Franco Montoro e Mário Covas, quadros históricos do partido, e lembrou que já estabeleceu parcerias com bons técnicos do PSDB quando foi ministro da Educação do governo Luiz Inácio Lula da Silva.

    Haddad também criticou o apoio do atual governador do estado, Rodrigo Garcia (PSDB), ao presidente Jair Bolsonaro (PL). “O PSDB histórico está dando sinais de vitalidade. Não está aceitando o que o Rodrigo Garcia está falando. Jogar o PSDB, que tem uma história inteira, no colo do Bolsonaro. Mais vez. É uma coisa incompreensível”, afirmou.

    Após ter ficado em terceiro lugar no primeiro turno das eleições, Rodrigo anunciou, na última terça-feira (4), “apoio incondicional” a Bolsonaro e ao ex-ministro Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), que segue na disputa pelo governo de São Paulo com Haddad.

    Na terça-feira (4), a executiva nacional do PSDB publicou uma nota nas redes sociais na qual libera os diretórios estaduais e filiados da legenda no segundo turno das eleições.

    Recursos para a educação

    Fernando Haddad também criticou cortes de verbas públicas que seriam destinados às áreas da educação e da ciência. “Está cheio de gente indo embora do Brasil por falta de bolsa”, afirmou.

    O ex-ministro disse que, caso seja eleito, lutará para que a autonomia das universidades públicas estaduais seja constitucional. “Uma das formas de se precaver é constitucionalizar. Para evitar que, amanhã, as nossas três jóias da rede, UNESP, UNICAMP e USP, que respondem por 50% da produção científica, sejam aniquiladas. Como aconteceu no plano federal”, disse ele.

    No final de setembro, conforme apurado pelo analista de política da CNN Gustavo Uribe, houve um bloqueio de R$ 2,6 bilhões para a área da educação. Segundo integrantes do governo federal, o montante relativo ao ensino superior foi de cerca de R$ 51 milhões.

    Em nota, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) disse que o bloqueio para as universidades federais desde o início do ano é de R$ 763 milhões. “Esta limitação estabelecida, que praticamente esgota as possibilidades de pagamento a partir de agora, é insustentável”, alegou a entidade de educação.

    Nesta quinta-feira (6), em entrevista coletiva, o ministro da Educação, Victor Godoy, negou que haja um corte no orçamento das universidades federais e afirmou que, na verdade, há um bloqueio que, segundo ele, não afeta universidades federais.

    “O valor do orçamento das universidades é exatamente o mesmo. O que há é que você não pode empenhar tudo agora em outubro, em novembro. Você vai distribuir esses empenhos ao longo de outubro, novembro e dezembro. Foi isso que foi feito. Não existe corte ou redução”, justificou.

    Godoy considerou ainda que falar em uma possível paralisação de atividades em universidades federais por falta de orçamento representa “o uso político de uma informação” que, de acordo com o ministro, “está sendo distorcida”

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