Grupo pró-voto impresso auxilia Bolsonaro para live
Pelo menos um desses defensores já está em Brasília vindo de São Paulo
Um grupo de defensores do voto impresso está subsidiando o presidente Jair Bolsonaro para a live que ele pretende fazer nesta quinta-feira (29) apontando fraudes eleitorais no sistema de urna eletrônica.
Pelo menos um desses defensores já está em Brasília vindo de São Paulo. É um profissional de tecnologia da informação que já deu entrevista sobre o assunto para Noemi Yamaguchi, irmã da médica Nise Yamaguchi e que também é defensora do voto impresso.
Integrantes desse grupo, inclusive, já se reuniram com o presidente este ano no Palácio da Alvorada, em janeiro, para discutir o assunto. Para amanhã, um relatório foi elaborado e encaminhado a assessores do presidente. Intitulado “Indícios e evidências de fraudes nas urnas eletrônicas”, o documento a que a CNN teve acesso não contém provas, mas sugere apenas, a partir de cálculos, que houve fraude.
A tese central é que nas eleições de 2018 havia, segundo o documento, “impossibilidade matemática do resultado final, a partir dos resultados parciais divulgados pelo TSE até as 19 hs” e “Alta probabilidade de manipulação dos dados na totalização dos votos, pois o natural teria sido o percentual de votos a favor de Bolsonaro subir com a entrada dos votos das regiões sul e sudeste, as mais populosas do país”, diz o documento.
A ideia é também que o presidente aborde as eleições de 2014, em que Aécio Neves perdeu para Dilma Rousseff.
O Tribunal Superior Eleitoral informou que nas eleições 2018, como nas de 2014, os resultados finais foram conhecidos a partir do encerramento das urnas eletrônicas. Os boletins de urna de cada seção eleitoral foram divulgados, tendo uma cópia de cada boletim sido afixada na porta da seção eleitoral.
Esses boletins podem ser comparados, após os resultados finais, por qualquer interessado, aos resultados por seção divulgados pelo TSE. Se tivesse havido qualquer manipulação, ela seria facilmente identificada nessa comparação entre o boletim saído da urna eletrônica e o boletim divulgado pelo TSE.
Inclusive, ressalta-se, os partidos políticos podem fazer suas totalizações paralelas usando os mesmos boletins de urna provenientes de cada seção eleitoral. Qualquer análise sobre o comportamento das totalizações precisa levar em consideração que essas totalizações nada mais são do que a somatória de resultados já conhecidos por milhares de pessoas em todo o país.