Grupo “Festa da Selma” fez mapa com pontos de ônibus para levar invasores a Brasília, diz PF
PF faz operação nesta quinta-feira (17) para prender dez pessoas suspeitas de serem as organizadoras dos atos do 8 de janeiro
A investigação da Polícia Federal (PF) apontou que o grupo alvo desta quinta-feira (17) da Operação Lesa Pátria denominado “Festa da Selma” criou um mapa para as pessoas saberem em quais pontos do Brasil conseguiriam pegar ônibus para irem a Brasília para as invasões do 8 de janeiro.
O mapa tinha cidades específicas e contatos de pessoas responsáveis pelos ônibus. As caravanas foram à capital do Brasil dois dias antes dos ataques às sedes dos Três Poderes.
De acordo com a Agência Nacional de Transporte Terrestres (ANTT), 253 ônibus fretados chegaram ao Distrito Federal entre 5 e 8 de janeiro deste ano.
“Selma” é em alusão à Selva — expressão usada por militares brasileiros — e foi um dos códigos usados por bolsonaristas para combinar as últimas etapas de invasão da Praça dos Três Poderes.
A partir de 5 de janeiro, uma quinta-feira, o termo passou a ser mais utilizado no Twitter e Telegram, junto a vídeos que tinham uma série de códigos para combinar os ataques – todos interceptados pela PF e pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
A expressão foi lançada por Steve Bannon, ex-estrategista de Donald Trump, logo após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022, para levantar dúvidas falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro.
A operação
A 14ª fase da Operação Lesa Pátria acontece nesta manhã em cinco estados, Bahia, Goiás, Paraíba, Paraná, Santa Catarina e no Distrito Federal.
Os alvos desta fase são suspeitos de terem fomentado esse movimento violento chamado de “Festa da Selma”, que era, na verdade, um codinome previamente utilizado para se referir às invasões.
A PF informou que o termo “Festa da Selma” foi utilizado para convidar e organizar transporte para as invasões, além de compartilhar coordenadas e instruções detalhadas para a invasão aos prédios públicos. O movimento deu recomendações para que os vândalos não levassem idosos e crianças e se preparassem para enfrentar a polícia.
O grupo utilizou termos como “guerra”, “ocupar o Congresso” e “derrubar o governo constituído”.