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    Eleições 2022

    Grupo de afinidade ou de “desculpabilidade”

    Até partidos ditos conservadores que nunca se preocuparam com pautas das minorias começam a discutir o tema ― coisas da política e do oportunismo brasileiro

    Maurício Pestanada CNN

    Grupos de afinidades já existem há algumas décadas. São criados pelas ditas “minorias” em instituições públicas ― e agora também nas empresas ― para tratar de temas específicos que essas instituições não conseguiram resolver, como o racismo estrutural alimentado pelo Estado brasileiro há séculos.

    Normalmente, são formados por negros, mulheres e pessoas LGBTQIA+. No caso das empresas, sempre defendi esses grupos, pois quando bem alinhados com a direção da empresa, podem render bons frutos.

    O tempo me fez ver, porém, que na política esses grupos são usados mais como uma forma de dizer que as legendas se preocupam com a causa. Aí, minha posição sempre foi muito crítica.

    Meu ceticismo se dá pela pouca ou nenhuma representatividade política desses grupos nas cúpulas de decisão dos partidos. Em termos de resultados práticos eleitorais, não conheço nenhum governador, prefeito ou até mesmo uma grande liderança política surgida de grupos negros do PSDB, PT, PDT e PCdoB, por exemplo.

    Mas parece que há uma luz no fim do túnel. De olho no fundo partidário que deverá destinar uma verba maior para candidaturas negras e de mulheres para melhorar a representatividade política no país, esses grupos já começam a ser vistos de forma diferente.

    Em alguns casos, até partidos ditos conservadores que nunca tiveram essas pautas como parte de suas preocupações começam a discutir o tema ― coisas da política e do oportunismo brasileiro.

    O certo é que, em ano eleitoral no Brasil, quando trocaremos presidente da República, senadores, governadores, deputados federais e estaduais, teremos uma alavanca a mais para enegrecer e colocar mais diversidade na representatividade política brasileira. Sobre os resultados, só o pleito de outubro dirá.

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