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    Gravidade de atos demanda ação rápida e precisa, diz ministro da Justiça sobre operação da PF contra vandalismo

    Polícia Federal (PF) deflagrou operação contra os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) envolvidos nos atos de vandalismo e tentativa de invasão à sede da PF na noite do último dia 12, em Brasília

    Léo Lopesda CNN

    em São Paulo

    O ministro da Justiça, Anderson Torres, disse que a “gravidade dos fatos demanda ação rápida e precisa” ao comentar a operação da Polícia Federal (PF) desta quinta-feira (29), que cumpre mandados contra suspeitos de terem participado dos atos de vandalismo em Brasília na noite do último dia 12.

    Em publicação no Twitter, o ministro ainda parabenizou a Polícia Federal e a Polícia Civil do Distrito Federal, que realizam a operação em conjunto.

    Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (29), uma operação contra os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) envolvidos nos atos de vandalismo e tentativa de invasão à sede da PF na noite do último dia 12, em Brasília.

    Foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) 32 mandados no Distrito Federal e outros sete estados – Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro.

    Em coletiva de imprensa, o diretor-geral da PF, Márcio Nunes, informou que são 11 mandados de prisão e 21 de busca e apreensão. Ele também explicou que a ação policial partiu de uma decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes.

    Ao menos quatro pessoas já foram presas. A Operação Nero é realizada em conjunto com a Polícia Civil do Distrito Federal.

    O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), afirmou em publicação no Twitter que as ações policiais em curso visam garantir o Estado de Direito.

    “As ações policiais em curso visam garantir o Estado de Direito, na dimensão fundamental da proteção à vida e ao patrimônio. Motivos políticos não legitimam incêndios criminosos, ataques à sede da Polícia Federal, depredações, bombas. Liberdade de expressão não abrange terrorismo”, disse Dino.

    “As investigações tiveram início na Polícia Federal, para identificar os envolvidos no ataque ao Edifício-Sede da instituição, e na Polícia Civil do Distrito Federal, a qual apurou os atos de vandalismo cometidos em Brasília”, informou a PF, em nota.

    “As duas investigações foram encaminhadas, em razão de declínio de competência, ao Supremo Tribunal Federal”, acrescentou.

    “O conjunto da investigação buscou identificar e individualizar as condutas dos suspeitos de depredar bens públicos e particulares, fornecer recursos para os atos criminosos ou, ainda, incitar a prática de vandalismo”, completou a nota.

    Os alvos da operação são investigados pelos crimes de dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, cujas penas máximas somadas chegam a 34 anos de prisão.

    As investigações estão sendo realizadas em sigilo, mas o diretor de Combate à Corrupção e Crime Organizado da Polícia Civil do DF, Leonardo de Castro, apontou que já foram identificados mais de 40 participantes dos atos de 12 de dezembro e, entre os suspeitos, estão alguns envolvidos na colocação de uma bomba na região do aeroporto de Brasília.

    Brasília teve tumulto e ônibus queimados

    Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) realizaram atos de vandalismo na noite do último dia 12 em Brasília. Houve tentativa de invasão da sede da Polícia Federal. Carros e ônibus foram incendiados.

    Para conter os manifestantes, agentes da Polícia Federal usaram bombas de efeito moral e gás pimenta. Segundo o Corpo de Bombeiros, não houve registro de feridos até o início da madrugada desta terça (13).

    Em nota, a Polícia Militar do Distrito Federal afirmou que o protesto teve início após o cumprimento de um mandado de prisão temporária contra o cacique José Acácio Serere Xavante. A detenção ocorreu pela suposta prática de condutas ilícitas em atos antidemocráticos pelo prazo de dez dias.

    Segundo a PF, Xavante teria realizado manifestações de cunho antidemocrático em diversos locais de Brasília, notadamente em frente ao Congresso Nacional, no Aeroporto Internacional de Brasília (onde invadiram a área de embarque), no centro de compras Park Shopping, na Esplanada dos Ministérios (por ocasião da cerimônia de troca da bandeira nacional e em outros momentos).

    Ao pedir a prisão temporária, a PGR disse que ele vem se utilizando da sua posição de cacique do Povo Xavante para arregimentar indígenas e não indígenas para cometer crimes, mediante a ameaça de agressão e perseguição de Lula e dos ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.

    Em um vídeo enviado a jornalistas, Xavante pediu aos manifestantes que não se envolvam em “briga ou confronto”.

    “Meus amigos, irmãos, povo brasileiro, cacique e líderes. Estou bem, graças a Deus, e estou em paz. Quero pedir: como eu tenho amado os senhores, se os senhores me amam também, me consideram, eu quero pedir para que os senhores não venham fazer conflito, briga ou confronto com a autoridade policial e venham viver em paz. E não pode continuar o que aconteceu, infelizmente, essa destruição dos carros, ataque à sede da PF”, disse.

    Horas depois, o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Júlio Danilo, declarou que a ordem tinha sido reestabelecida.