Governo subiu o tom nas ameaças, diz presidente da CPI sobre Luís Miranda
O senador Omar Aziz (PSD-AM) disse à CNN que o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, não deveria ter dito o que viu como ameaça
Em entrevista à CNN, o presidente da CPI da Pandemia, o senador Omar Aziz (PSD-AM), disse que o governo federal “subiu o tom nas ameaças” contra o deputado Luis Miranda (DEM-DF), que afirmou ter alertado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a respeito de irregularidades e pressões supostamente indevidas envolvendo a vacina Covaxin.
“Ele [Miranda] agora passa a ser testemunha da CPI. Não deveria, de forma nenhuma, ser ameaçado nesse momento pelo ministro Onyx”, disse o senador, com referência às declarações de Onyx Lorenzoni, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, que anunciou a abertura de investigações contra Luís Miranda e o irmão, servidor do Ministério da Saúde.
Tanto o relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), quanto o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), defenderam a convocação do ministro, sob o argumento de que as declarações podem ter a intenção de intimidar as testemunhas.
Mais cedo, em entrevista à CNN, o deputado Luís Miranda citou o ministro Onyx Lorenzoni como um dos que sabiam dos avisos feitos ao presidente Jair Bolsonaro. Ao lado de Onyx na coletiva estava Elcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, que é formalmente investigado na CPI da Pandemia.
Investigação
Omar Aziz afirmou que a negociação para a aquisição da Covaxin já estava no horizonte da CPI desde que os senadores entenderam que os sinais eram de um esforço maior do governo federal para a aquisição deste imunizante.
Isto diante de a vacina originária da Índia ser identificada como mais cara do que outras à disposição, como a da Pfizer, e sob questionamentos sanitários por parte da Anvisa.
Segundo o senador, a menção ao irmão do deputado Luís Miranda surgiu neste contexto, quando os parlamentares foram informados da existência do depoimento em que o servidor relatava ao Ministério Público uma pressão diferente da usual em favor da Covaxin.
À CNN, o senador Omar Aziz afirma que a versão do deputado Luís Miranda, que afirma ter relatado as irregularidades encontradas ao presidente Jair Bolsonaro, é “grave”, ainda que precise ser apurada nas investigações.
“O que cabe a nós? Investigar. Saber qual é a versão que vira fato verdadeiro”, afirma o presidente da CPI, citando os argumentos do governo de que não há irregularidades na negociação, que estaria de acordo com as práticas e valores de mercado, segundo afirmou o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni.
![O senador Omar Aziz (PSD-AM), em entrevista à CNN O senador Omar Aziz (PSD-AM), em entrevista à CNN](https://preprod.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/sites/12/2021/06/43135_689C0BEDAABE0556-1.jpeg)
Publicado por Guilherme Venaglia