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    Governo silencia e avalia temperatura do STF para recurso

    A CNN também apurou que o novo presidente do STF, ministro Luiz Fux, tende a levar o eventual recurso de Bolsonaro para o colegiado

    Caio JunqueiraThais Arbexda CNN

    O advogado-geral da União, José Levi Mello, recomendou ao presidente Jair Bolsonaro e aos ministros palacianos que fiquem em silêncio e não reajam verbalmente à decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello de que o presidente seja ouvido pessoalmente no inquérito que investiga se ele interferiu politicamente na Polícia Federal.  

    “O governo só vai falar nos autos”, disse à CNN um interlocutor direto do presidente Jair Bolsonaro. A reação é completamente oposta a que ocorreu diante de outras decisões de Celso de Mello no mesmo inquérito.

    Em 28 de maio, Bolsonaro chegou a dizer “Acabou, porra”, mediante um despacho do ministro pedindo a manifestação do Ministério Público sobre o recolhimento do celular presidencial.

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    Bolsonaro no Palácio do Planalto
    Bolsonaro no Palácio do Planalto
    Foto: Ueslei Marcelino – 29.abr.2020/Reuters

    O núcleo jurídico ainda decide se recorrerá da decisão. A chance é bem grande, ainda mais após o Planalto receber sinais de que o plenário do STF poderá derrubar a decisão de Celso de Mello. Há precedentes para isso.

    Michel Temer, por exemplo, foi ouvido por escrito na investigação sobre o inquérito que apurava irregularidades nos portos. O ministro Luís Roberto Barroso foi o autor da decisão na época.

    No Supremo Tribunal Federal, a avaliação de uma ala da corte é a de que a decisão do decano foi fora de propósito e há espaço para que ela seja revertida no plenário.

    Ministros ouvidos pela CNN citam o fato o precedente no tribunal, quando Barroso, em 2017, autorizou depoimento por escrito de Temer, investigado no chamado Inquérito dos Portos.

    A CNN também apurou que o novo presidente do STF, ministro Luiz Fux, tende a levar o eventual recurso de Bolsonaro para o colegiado. Enquanto isso, a avaliação de que o presidente teria espaço para adiar o depoimento até a conclusão do julgamento.

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