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    Governo quer esclarecer processo golpista com CPMI do 8 de janeiro, diz Randolfe à CNN

    Líder no Congresso também falou sobre aprovação da MP dos ministérios e articulação política com o Parlamento

    Renata SouzaVinícius TadeuTiago Tortellada CNN , em São Paulo

    Em entrevista exclusiva à CNN nesta quinta-feira (1°), o líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), afirmou que a administração federal busca “esclarecer o processo golpista” com a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará os ataques criminosos de 8 de janeiro.

    Randolfe pontuou que o governo tem “compromisso com esclarecimentos e todas as responsabilidades, seja quem for”, destacando, por exemplo, que não vetará depoimento de Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), ao colegiado.

    Ressaltando que a administração federal foi vítima do processo golpista, disse que “o golpe começou quando o ex-presidente da República [Jair Bolsonaro] não reconheceu o resultado democrático das eleições do dia 30 de outubro”.

    Entre as pessoas que devem ser ouvidas, o senador listou, por exemplo, Anderson Torres, que foi Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, seu ex-secretário-executivo e o diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) — este último, devido às blitze no segundo turno das eleições de 2022.

    MP dos ministérios e articulação política

    Sobre a votação da medida provisória que estrutura os ministérios do governo Lula, que vencia nesta quinta-feira (1°) e precisou de esforço extra da base governista para que fosse aprovada na Câmara dos Deputados a tempo, Randolfe Rodrigues avaliou que houve vitória, mas reconheceu que o Parlamento atual exige maior “exercício”.

    Ele ainda explicou que o impasse entre Câmara e Senado sobre a tramitação de MPs “tirou quase quatro meses do curso da tramitação”.

    “Diferenças como as que ocorreram ontem e o aperreio da votação em cima da hora era quase que previsível (sic), porque existia uma crise que antecedeu o trâmite das MPs, uma crise que o governo não tem parte”, ponderou.

    O senador destacou, assim, que o Parlamento é mais “conservador”, tendo visão diferente do Executivo, o que exige mais trabalho das lideranças governistas nas Casas e do ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais.

    Ainda assim, ressaltou que Padilha é da “inteira confiança do presidente da República”, assim como dele próprio e de Jaques Wagner, líder no Senado. Adicionou, então, que a saída do ministro “não está em questão”.

    Marco Temporal e Cristiano Zanin

    Sobre a aprovação do Marco Temporal, uma derrota para o governo na Câmara, Randolfe disse à CNN que o Senado irá debater o tema “amplamente”, inclusive com lideranças indígenas.

    Ele esclareceu que acredita na reversão da medida no Senado e que, com o tempo de debate, permite ainda a tramitação do tema no Supremo Tribunal Federal (STF). “A celeridade da Câmara me parece que não vai acontecer no Senado”, comentou.

    O líder também falou sobre a indicação de Cristiano Zanin para a vaga de Ricardo Lewandowski no STF, parabenizando Lula e pontuando que o advogado “preenche os quesitos que estão na Constituição”.

    Avaliou, por fim, estar otimista na aprovação de Zanin, que ainda precisa ser sabatinado pelo Senado.

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