Governo Lula diverge do TSE e manda assessor à Venezuela após ataque ao sistema eleitoral
País realizará eleição presidencial neste domingo (28) em meio à clima de tensão
Com a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de não mais enviar observadores para a eleição na Venezuela – que acontece neste domingo (28) -, o Brasil terá como representante apenas Celso Amorim, assessor-chefe especial do presidente da República — ele desembarcou em Caracas na sexta-feira (26).
As falsas acusações do atual presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, contra o sistema eleitoral brasileiro motivaram o corte dos representantes do TSE, que repudiou as declarações sobre suposta falta de auditoria das urnas brasileiras — a Justiça Eleitoral, porém, realiza o procedimento.
Amorim, porém, decidiu manter a viagem mesmo após as declarações de Maduro.
Por que Amorim foi à Venezuela?
O assessor — que já foi chanceler do Brasil — não vai à Venezuela com a missão de verificar urnas ou votações.
De acordo com fontes do governo ouvidas pela CNN, ele vai “observar“ a eleição e levar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) as informações que vier a colher. Ele deve colher impressões do processo e auxiliar a posição do Palácio do Planalto após a divulgação dos resultados.
Pelo cenário instável registrado no país e o clima de tensão, uma equipe de segurança acompanha o Amorim durante a viagem.
O que o ex-chanceler fará?
Conforme apurou a CNN, Amorim não pretende se encontrar com os candidatos — Maduro e Edmundo González são os principais postulantes–, mesmo estando presente no país durante o pleito.
O assessor teve um encontro previsto com o ministro de Relações Exteriores venezuelano, Yvan Gil. Amorim falou sobre a “importância do processo democrático” e da Venezuela para o Brasil e para a região.
Além disso, a ideia é que o chanceler se reúna com os dois principais observadores internacionais do processo eleitoral no país vizinho: o Carter Center, organização pró-democracia fundada pelo ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, e representantes da Organização das Nações Unidas (ONU), que também estão no local.
Também estão no plano conversas com representantes das onze candidaturas que disputarão a eleição no domingo.
O que representantes do TSE fariam na Venezuela?
Os funcionários do TSE, que haviam sido escolhidos pela ministra Cármen Lúcia, atual presidente do Corte, teriam o objetivo de coletar informações das seções eleitorais com membros da sociedade civil, imprensa e partidos presentes nas eleições.
*Sob supervisão de Nathan Lopes
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