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    Governo Lula avisa que deve intensificar liberação de emendas nas próximas semanas

    Questionado pela CNN, Alexandre Padilha confirmou que os recursos serão liberados de forma mais constante a partir de agora, mas negou que tenha relação com a tentativa de consolidar a base de apoio ao governo no Congresso

    Gabriel Hirabahasida CNN , Em Brasília

    O governo federal deve liberar nas próximas semanas uma série de emendas parlamentares e indicações em cargos de segundo e terceiro escalão, segundo fontes ouvidas pela CNN.

    Nas últimas semanas, congressistas dos partidos da base de apoio ao governo vinham reclamando que os recursos estariam sendo represados pelo Palácio do Planalto e dificultavam a governabilidade no Congresso.

    Um dos recados da liberação dos recursos foi dado pelo ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, em reunião com líderes do PT, PCdoB, PV, PSD, Solidariedade, PSB, entre outras legendas, nesta terça-feira (18).

    De acordo com fontes que participaram da reunião ouvidas pela CNN, Padilha chegou ao almoço dos líderes partidários na parte final, pois estava em uma agenda com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    O ministro aproveitou, então, para falar sobre a construção de governabilidade no Congresso –e um dos tópicos foi justamente a liberação dessas emendas.

    Questionado pela CNN após a reunião, Padilha confirmou que os recursos serão liberados de forma mais constante a partir de agora, mas negou que tenha relação com a tentativa de consolidar a base de apoio ao governo no Congresso.

    Segundo o ministro, esses recursos são importantes para a execução orçamentária e fazem parte de um “cronograma que já estava estabelecido”. Padilha reconheceu, porém, a importância para os parlamentares que essa liberação terá, já que eles terão ativos para apresentar a suas bases eleitorais.

    Responsável pela articulação política do governo Lula, Padilha reforçou que o governo já pagou cerca de R$ 3 bilhões em restos a pagar (termo técnico que se refere a emendas que já estavam garantidas, mas que ainda não tinham sido pagas pelo Poder Executivo) e que a expectativa é que haja mais liberações daqui para frente.

    Nas últimas semanas, congressistas de partidos que integram a base de apoio ao governo (especialmente aqueles de centro e direita) passaram a reclamar que o Palácio do Planalto vinha represando indicações a cargos de segundo e terceiro escalão e emendas parlamentares.

    A CNN apurou que a estratégia da ala do Planalto que cuida da articulação política sempre foi a de aguardar os momentos mais importantes para concentrar a liberação de recursos. Foi assim que outros governos também atuaram, deixando a liberação de emendas para votações mais importantes, como a reforma da Previdência ou o teto de gastos, por exemplo.

    No caso do governo Lula, esse cronograma de liberação das emendas ocorre no momento em que o Palácio do Planalto apresenta ao Congresso o novo regime fiscal que substituirá o teto de gastos.

    Na semana passada, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), deu recados ao Palácio do Planalto e disse que o governo precisa “melhorar a sua engrenagem política”.

    “Fazer com que as coisas andem, para que a sua base esteja azeitada não só para a votação simplesmente do arcabouço, mas para os temas posteriores que serão necessários para a manutenção de um arcabouço que atenda as demandas necessárias de crescimento do nosso país, que atenda as necessidades de uma votação da reforma tributária que todo mundo quer, mas que quando chegar vai dar muito trabalho para costurar”, disse.

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