Governo federal não é culpado por falta de oxigênio em Manaus, defende senador
Luis Carlos Heinze (PP-RS) argumenta que governos locais receberam recursos federais e são os responsáveis por episódio que deu origem ao pedido de CPI
Em entrevista à CNN, o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) criticou o fato apontado como razão para a abertura da CPI da Covid-19, que cita a falta de oxigênio para tratamento de pacientes em Manaus (AM) para justificar a abertura de uma comissão sobre as responsabilidades do governo federal no agravamento da pandemia.
“O próprio fato citado por colegas parlamentares em cima da CPI, foi citado, por exemplo, o caso de oxigênio de Manaus como uma das causas. Vou dar um exemplo para você, ano passado o governo Bolsonaro enviou para Manaus R$12.153.000.000,00. No auge do problema do oxigênio, no final do ano, o governo de Manaus tinha R$ 681 milhões em caixa, que nao usou do dinheiro que foi repassado, de quem é a culpa?”, comentou o senador.
“Esse caso não pode se culpar o governo federal, que liberou o recurso, para qualquer governo chegou o repasse de recurso, a má gestão não se deve ao governo federal. A culpa não é do governo federal nesse sentido, a minha contrariedade é essa aí”, diz Heinze, que afirma que “não é oportuno, neste momento, uma CPI”.
Autor do pedido de CPI, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirma que o seu requerimento, assinado por outros 31 parlamentares, não impede que as responsabilidades de governos estaduais e municipais sejam investigadas, apesar de não citá-las no corpo do texto. Diz Randolfe que trata-se apenas do fato inicial e que a CPI expande o seu escopo durante as investigações.
Na manhã desta sexta-feira (9), em conversa com apoiadores em frente ao Palácio do Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que o ministro Luís Roberto Barroso faz “politicalha” junto ao Senado ao adotar a medida e falta coragem ao magistrado para efetivar ações. Na noite de quinta-feira (8), o presidente disse à CNN que a ordem demonstra que “há uma interferência do Supremo em todos os poderes”.
Publicado por Guilherme Venaglia