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    Governo espera conter cerco e fortalecer Bolsonaro com atos de 7 de Setembro

    A expectativa no governo é a de que as manifestações sejam grandes o suficiente para que ele consiga demonstrar força e mostrar que a despeito do cerco do Judiciário

    Caio Junqueirada CNN , em Brasília

    Interlocutores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disseram à CNN esperar que ele saia fortalecido das manifestações de 7 de Setembro e com condições políticas para conter o cerco em diversas frentes por que passa seu governo.

    A expectativa no governo é a de que as manifestações sejam grandes o suficiente para que ele consiga demonstrar força e mostrar que a despeito do cerco do Judiciário; das dificuldades políticas que enfrenta especialmente no Senado; dos sinais de desembarque de parte dos partidos aliados; da insatisfação de parte do empresariado; da rejeição a Bolsonaro e da distância para o ex-presidente Lula nas pesquisas de intenção de voto e ter condições políticas de seguir adiante e chegar competitivo par as eleições de 2022.

    Na manhã desta segunda-feira (6), Bolsonaro fez um sobrevoo de helicóptero em Brasília para verificar do alto seus apoiadores nas ruas de Brasília.

    Ele estava com seu chefe de gabinete, Célio Faria Júnior, os ministros da Justiça, Anderson Torres, da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos, do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno.

    Ao verificar os grupos bolsonaristas esparramados pela capital federal, teria demonstrado confiança de que sairá fortalecido após esse 7 de Setembro.

    O presidente participará dos atos pela manhã em Brasília e à tarde em São Paulo. Alguns de seus conselheiros tem aconselhado Bolsonaro a moderar o tom e não atacar as instituições nos seus discursos, especialmente o de São Paulo, onde deve haver maior concentração de pessoas.
    Ele, segundo fontes, desconversa quando aconselhado nesse sentido. Tem dito que irá falar o que as pessoas esperam que ele fale.

    Alguns de seus aliados esperam que sua fala não seja agressiva e que o 7 de Setembro dê condições políticas para que ele possa mostrar ao Legislativo e principalmente ao Judiciário que pode se sentar à mesa com eles em igualdade de condições.

    Mas medidas judiciais determinadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes nesses dias que antecederam as manifestações acabaram por tornar qualquer previsão, até mesmo de seus interlocutores, imprevisível.

    A leitura era a de que elas ajudaram a tensionar o ambiente político e a estimular os bolsonaristas a irem às ruas nesta terça, com gritos de ordem contra o STF.

    No governo, foram contadas pelo menos seis medidas que foram tomadas nos últimos dias. Na sexta-feira, a prisão do blogueiro Welington Macedo. No sábado, a liberação de Roberto Jefferson para ir a um hospital e não para a prisão domiciliar. No domingo, o depoimento da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP). Nesta segunda, o bloqueio de contas da Aprosoja (associação dos produtores de soja), o mandado de busca e apreensão na residência do prefeito de Cerro Grande do Sul e a prisão de um policial militar que atacou Moraes nas redes sociais.

    De qualquer forma, interlocutores do presidente buscaram na tarde desta segunda-feira o presidente do STF, Luiz Fux, e no final de semana, o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, para tatear o ambiente político.

    Concordaram que é preciso distensionar o ambiente, buscar conciliação e focar na melhora da economia. Mas Judiciário e Legislativo condicionam esse tripé à postura de Bolsonaro e seus apoiadores no 7 de setembro, enquanto o Executivo avalia que eles também têm de dar seus sinais.

    / Alan Santos/PR

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