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    Governo debate recuar dos vetos para conter rebelião

    O recuo vem sendo debatido como uma forma de conter uma crescente rebelião do Centrão contra a articulação política do governo

    Caio JunqueiraThais Arbexda CNN

    O presidente Jair Bolsonaro deve recuar de pelo menos parte dos vetos ao projeto de lei do saneamento. A ideia é começar já na segunda-feira uma série de reuniões para ver onde é possível recuar sem que haja uma crise entre as áreas política e econômica do governo. Depois, ou faz um ato cancelando os vetos ou faz um acordo para que eles sejam derrubados pelo Congresso. 

    O problema começou porque a articulação política do governo havia fechado um acordo para que o presidente Jair Bolsonaro fizesse apenas três vetos. A equipe econômica, porém, incluiu mais oito, o que abriu uma crise do governo com o Congresso.

    Para tentar amenizá-la, primeiro a área política e a econômica sentarão à mesa para ver o que é possível fazer. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge de Oliveira, responsável por um eventual cancelamento dos vetos, também participará, além do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho. O governo também planeja uma conversa com o senador Tasso Jereissatti, do PSDB, que relatou o projeto do saneamento.  

    O recuo vem sendo debatido como uma forma de conter uma crescente rebelião do Centrão contra a articulação política do governo, potencializada pela quebra de acordo do Planalto com o Congresso no projeto do saneamento. A rebelião tem como alvo dois dos principais nomes da articulação política do governo: o ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, e o líder do governo na Câmara, Vitor Hugo.  

    Líderes partidários ouvidos pela CNN dizem que, se Ramos seguir à frente das negociações com o Legislativo, pautas caras à agenda do país para o pós-pandemia estão em risco –entre as quais a reforma tributária e o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica). Ambas estão previstas para serem apreciadas na próxima semana. Já sobre Vitor Hugo a avaliação é a de que lhe falta experiência política para liderar as negociações na Câmara.  

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    O presidente Jair Bolsonaro, porém, já avisou aliados nesta sexta-feira, quando notou que o movimento cresceu, que não pretende tirar Ramos do cargo. Em outra frente, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o ministro das Comunicações, Fábio Faria, dois dos parlamentares com maior interlocução com o Centrão, conversaram nesta sexta-feira com os generais do Planalto assegurando que o movimento contra Ramos não vai prosperar.

    A situação de Vitor Hugo, porém, é mais delicada. No governo, sua saída é dada como certa. A expectativa é a de que ele deixe a liderança do governo para assumir uma comissão permanente na Câmara. Ou mesmo que assuma um ministério, como o da Segurança Pública, que Bolsonaro avalia recriar.

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