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    Governo atua na contramão do mundo na pandemia, diz Rogério Carvalho

    Senador, que é suplente na CPI a Pandemia, diz que oitivas da Pfizer e do Butantan mostram negligência na compra de vacinas contra Covid-19

    Murillo Ferrari, da CNN, em São Paulo; produzido por Jorge Fernando Rodrigues, da CNN, em São Paulo

    O governo federal atuou na contramão do mundo no combate da pandemia do novo coronavírus e na prevenção dos casos da doença, afirmou nesta sexta-feira (28) o senador Rogério Carvalho (PT-SE), suplente da CPI da Pandemia.

    “É possível responsabilizar [o governo federal] pelos crimes sanitários porque as medidas não farmacológicas como isolamento social, uso de máscaras e restrições de circulação, [assim como a medida farmacológica do] uso de cloroquina em um tratamento precoce sem eficácia, e a defesa da imunidade de rebanho, está muito bem caracterizado como a forma de atuação do governo”, disse Carvalho, em entrevista à CNN.

    “Ou seja, atuou na contramão do mundo no que diz respeito ao controle da pandemia. Do ponto de vista da saúde pública, já dá para caracterizar o crime sanitário. Agora, somado ao modo como ele tratou a [aquisição de] vacina, aí se consolida o crime sanitário”, continuou.

    Para o petista, com os próximos depoimentos agendados – e também considerando os aprovados, mas ainda sem data definida – a comissão deve tentar determinar quantas mortes poderiam ter sido evitadas se o governo tivesse atuado de outra forma.

    ‘Negligência na compra de vacinas’

    Carvalho afirmou ainda que, após os depoimentos do presidente na América Latina da Pfizer, Carlos Murillo, e do diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, é possível caracterizar uma “negligência na compra de vacinas” por parte do Ministério da Saúde.

    “A gente vê um paralelo entre o que falou o Carlos Murillo, da Pfizer, e o Dimas Covas. Ambos tentam conversar com o governo desde março de 2020 e só vão obter sucesso a partir de dezembro”, disse.

    “Dá para a gente dizer que os depoimentos do Dimas Covas e do presidente da Pfizer mostram a negligência do presidente [Jair] Bolsonaro na aquisição de vacinas”, continuou.

    Para ele, o governo só se mobilizou neste sentido após a determinação do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), de que fosse apresentado um Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19.

    Senador Rogério Carvalho (PT-SE)
    Senador Rogério Carvalho (PT-SE)
    Foto: Reprodução / CNN

    Convocação de governadores e de Pazuello

    Sobre a aprovação de requerimentos para que nove governadores sejam ouvidos pela CPI, Carvalho afirmou que o foco principal é avaliar a coordenação da saúde pública brasileira no combate à pandemia.

    “Óbvio que fatos conexos precisam ser avaliados, como o que aconteceu em Manaus e em alguns estados. Mas o governo apostou nessa ideia de convocar governadores para tirar do foco o principal objeto da CPI, que são os crimes sanitários cometidos na condução do governo federal.”

    Já sobre a reconvocação do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, ele disse que servirá para o general ser questionado sobre o que disse na primeira oitiva.

    “Ele disse que era contra aglomeração, a favor do uso de máscaras, tudo que é recomendado. Dias depois, no fim de semana seguinte, vai a um ato político com Bolsonaro, sem máscara e em uma grande aglomeração”, destacou.

    “Além de perguntamos, de novo, aquilo que ele falou, obviamente, terá que dizer a verdade para não correr o risco de sair preso da CPI.”

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