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    Governo ainda ‘tem que mostrar serviço’ contra corrupção, diz Moro

    Ex-ministro ironizou Bolsonaro e disse que não basta falar 'sou contra a corrupção, Moro está aqui' e cobrou empenho por prisão em segunda instância

    O presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Justiça Sergio Moro em solenidade em Brasília (17.jun..2019)
    O presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Justiça Sergio Moro em solenidade em Brasília (17.jun..2019) Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

    Marcos Amorozo, da CNN, em Brasília

    O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro ironizou nesta quarta-feira (1º) o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), no que diz respeito ao combate à corrupção. O ex-juiz da Lava Jato disse ter sido usado no início da atual gestão como atestado de compromisso com a pauta, mas que o governo ainda precisa “mostrar serviço”.

    “Espero que minha saída funcione como estímulo ao planalto para avançar nessa pauta porque vai ter que mostrar serviço. Não é só falar ‘sou contra a corrupção, Moro está aqui’, tem que mostrar trabalho”, afirmou o ex-ministro da Justiça, que participou de uma live promovida pelo Instituto Não Aceito Corrupção.

    Sergio Moro pediu demissão do governo em 24 de abril, quando acusou o presidente Jair Bolsonaro de ter a intenção de interferir politicamente na Polícia Federal. Na manhã daquele mesmo dia, Bolsonaro havia exonerado o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo. O tema está sendo analisado em um inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF).

    Moro disse que práticas erradas cometidas repetidamente acabam normalizando um crime, como no caso do caixa 2, e que quando chegou ao governo acreditava em grandes reformas eleitorais para coibir esses e outros delitos no atual mandato, mas isso não se confirmou.

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    Afirmou ainda que a aprovação parcial do projeto anticrime trouxe avanços, mas não todos que considerava desejáveis para diminuir as infrações. Para ele, faltou apoio de boa parte do Congresso e do próprio governo federal. 

    Na entrevista, o ex-ministro colocou o tema que considera ser um dos mais importantes a serem debatidos pelo Congresso, que são as propostas que restabelecem a prisão após condenação em segunda instância no Brasil. Ele classificou como “péssima” a mudança de entendimento do STF, que definiu que o cumprimento da pena deva ocorrer apenas ao final do processo.