Governistas admitem indiciamento de Pazuello na CPI e preparam reação
Aliados de Bolsonaro preparam um relatório paralelo em tom ameno para o ex-ministro da Saúde na comissão do Senado
Governistas que integram a CPI da Pandemia no Senado admitem que o indiciamento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello pela comissão tornou-se uma questão de tempo. As informações são da âncora da CNN Daniela Lima.
O grupo chamado de G7, composto pela ala majoritária da comissão, pressiona para indiciar o general do Exército, após contradições serem apontadas em seus dois dias de oitiva com os senadores.
Por causa disso, aliados do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) já trabalham em um relatório paralelo ao do relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), que deve ser mais ameno e sem apontamento de crimes de Pazuello.
Os governistas também querem evitar a reconvocação de Pazuello à CPI e, para isso, argumentam que, se ele for chamado novamente, “irá para cima” de Calheiros.
Isso deve acontecer porque, na análise do Planalto, Bolsonaro vê no embate direto com o relator uma situação benéfica para si, pois Calheiros tem um passivo muito forte que pode ser explorado junto à opinião pública.
Na semana passada, por exemplo, quando o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) chamou Renan Calheiros de “vagabundo” na CPI, houve uma indicação dessa estratégia.
Para os governistas, o embate entre Calheiros e Bolsonaro na CPI é o prenúncio de uma campanha eleitoral que será acirradíssima em 2022. Segundo um senador, o país deve acompanhar “a campanha mais violenta da história do Brasil” no ano que vem.