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    Governadores do AC e MT focam em expansão de leitos e pedem revisão ambiental

    Gladson Cameli e Mauro Mendes acreditam que novo código ambiental pode ajudar a recuperar economia pós-pandemia

    da CNN, em São Paulo

    Os governadores do Acre, Gladson Cameli (PP), e do Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), têm estratégia parecida no enfrentamento da pandemia de Covid-19: ambos apostam na ampliação de leitos hospitalares disponíveis e a manutenção da atividade econômica.

    Em entrevista à CNN, o acriano contou que deve inaugurar dois novos hospitais de campanha no estado até 10 de junho e que vai flexibilizar a quarentena a partir dessa data. “Vamos criar mais leitos para dar mais segurança caso o número de casos aumente”.

    O matogrossense conta que, desde o início da transmissão da doença no país, delegou a responsabilidade de medidas de contenção a prefeitos e que não houve decreto estadual de paralisação. “Metade dos nossos municípios não teve um caso sequer”, disse. “Não dá para aplicar a uma cidade como Cuiabá as mesmas medidas para cidades sem nenhum caso. Isso vai  minimizar o impacto econômico”, conta.

    “Nossas UTIs têm 15% de ocupação”, afirmou Mendes. “O que a OMS [Organização Mundial da Saúde] recomendou é que se tenha leito para a população que eventualmente seja contaminada. Então vamos abrir leiros para manter a taxa de ocupação em patamares razoáveis e ter nível de atividade econômica normal”.

    Eles também reforçaram a importância do agronegócio para a população de seus estados e pediram revisão de leis ambientais para reativar a economia — em linha com o que defendeu o ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente), em reunião ministerial, em que defendeu que se deve aproveitar as atenções voltadas para a pandemia da Covid-19 para se fazer mudanças regulatórias.

    “Dar licença ambiental é muito importante, porque ativa a economia e projetos daquele local. Temos que nos concentrar agora em medidas práticas, concretas e robustas para reativar a economia”, disse Mendes. Cameli concorda e pediu a regularização latifundiária em seu estado. “Fortalecer o agronegócio é acabar com a burocracia”, disse.

    Ambos, no entanto, disseram que não serão coniventes com desmatamento ilegal. Mendes disse que as exportações dependem muito da imagem do Brasil no exterior. “É uma questão de comércio internacional”, descreveu.

    “O fato de defendermos o agronegócio não quer dizer que sejamos a favor do desmatamento”, acrescentou Cameli. “O agro tem que ser sustentável, prevalecer e respeitar o que está no Código Florestal Brasileiro“.

    Crise institucional

    Mendes e Cameli acreditam que não é o momento para a política desviar a atenção do combate à Covid-19. “Qualquer debate no momento em que o foco é combater a pandemia e reaquecer a economia mundial e brasileira não é oportuno”, disse Cameli. “Sou totalmente contra”.

    Mendes classificou as discussões como ‘lamentáveis’. “Quando os políticos brigam, o povo perde”, declarou. “Devíamos cuidar da pandemia, que não dá para evitar, mas dá para evitar conversa fiada”.

    Ele disse que uma crise de saúde, economia e política ao mesmo tempo seria uma “tempestade perfeita”, a qual o país não resistiria.

    “Precisamos centralizar esforços em pensar nos problemas estruturais e soluções, não em criar mais problemas todos os dias”, finalizou. 

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