Governadores de BA, RN e MG pedem sanção rápida de auxílio a estados
Rui Costa, Fátima Bezerra e Romeu Zema debateram na CNN sobre a reunião com Bolsonaro e o protocolo do uso da cloroquina para Covid-19
Apesar de governarem estados com diferentes realidades quanto à dívida pública e no enfrentamento à pandemia, os governadores Rui Costa (PT-BA), Fátima Bezerra (PT-RN) e Romeu Zema (Novo-MG) concordam que a reunião com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na manhã desta quinta (21) foi produtiva e pedem a sanção do auxílio a estados o mais rápido possível.
Em entrevista à CNN, os gestores também disseram esperar que esse encontro sinalize uma política permanente de diálogo entre os estados e o governo federal.
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“A reunião foi rápida, mas positiva, num ambiente que é o desejo dos governadores do Brasil, que buscar a união de todos. Não é momento de disputa política ou eleitoral”, disse Costa. “A reunião saiu com essa sinalização, que espero que se mantenha até o fim dessa pandemia, de estabelecer estratégias comuns e articuladas para enfrentar o momento difícil que o Brasil e o mundo atravessam”.
Os três também deixaram claro que, apesar da importância do repasse de recursos federais, o valor não cobrirá integralmente as perdas que tiveram com arrecadação.
“Esse auxílio é muito importante, mas não vai cobrir as perdas que já estamos tendo. A projeção da nossa equipe econômica é que deveremos ultrapassar R$ 600 milhões em perda de receita própria nos próximos quatro meses, e receberemos R$ 442 milhões”, disse Fátima Bezerra.
Zema relatou situação semelhante. “Minas teve queda muito grande na arrecadação, a ajuda do governo federal arca com 40% da perda no ICMS [imposto sobre circulação de mercadorias e serviços], mas não deixa de ser muito importante”.
Todos os gestores disseram que o dinheiro será encaminhado para a manutenção dos serviços essenciais, como saúde, segurança e educação, e que não têm planos de conceder reajustes a servidores neste momento.
Cloroquina
Além da reunião com o presidente, os governadores também foram questionados se o novo protocolo da cloroquina, publicada nesta quarta-feira (20) pelo Ministério da Saúde, vai alterar a recomendação dos estados. Os três disseram que não fizeram nenhuma mudança até o momento.
“Nossa posição é em sintonia com a ciência, de que não há evidência segura que uso indiscriminado da cloroquina é aconselhável”, disse Bezerra.
É a mesma posição de Costa. “Na Bahia, não vamos mudar nenhum protocolo. Cada macaco no seu galho; políticos fazem política e médicos trabalham para salvar vidas, eles que decidem os critérios de uso de medicamentos e procedimentos”.
Zema também relatou que não tem planos de mudar o protocolo. “Nossa equipe técnica está considerando qualquer novidade que venha a comprovar a eficácia da cloroquina ou de qualquer outra substância, mas não fizemos nenhuma alteração até o momento”.