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    Governador do RJ e antecessor devem ser convocados pela CPI da Pandemia

    Cláudio Castro e Wilson Witzel, ambos do PSC, devem depor na comissão, que pode aprovar a convocação de outros 9 governadores nesta quarta-feira (26)

    Wilson Witzel (E), ex-governador do Rio de Janeiro, e Cláudio Castro, atual mandatário do estado
    Wilson Witzel (E), ex-governador do Rio de Janeiro, e Cláudio Castro, atual mandatário do estado Foto: André Melo Andrade/Immagini/Estadão Conteúdo e Wilton Junior Estadão Conteúdo

    Isabelle Resende e Cleber Rodrigues, da CNN, no Rio de Janeiro

    A CPI da Pandemia deve votar nesta quarta-feira (26) a convocação de governadores, prefeitos e ex-prefeitos para depor sobre suspeitas de desvio de recursos para o combate ao novo coronavírus em estados e capitais.

    Entre os nomes citados pelo presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM) na terça-feira (25) estão o do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), e do ex-governador fluminense Wilson Witzel (PSC). De acordo com o senador, ações da Polícia Federal (PF) serão usadas como critério para selecionar os depoentes.

    Segundo apuração da CNN, na noite de segunda-feira (24), o G7 – grupo de senadores oposicionistas e independentes que compõem a comissão – se reuniu e bateu o martelo para convocar 10 governadores para prestarem depoimento.

    Conforme parlamentares que participaram da conversa, além do governador do RJ também serão convocados os governadores do Amazonas, Amapá, Distrito Federal, Pará, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins.

    Nestes estados, houve investigação da PF durante a pandemia. A estratégia do G7 é desmontar a contraofensiva de governistas. Os senadores alinhados ao Palácio do Planalto têm reforçado o discurso de que as gestões estaduais não estão no foco da CPI.

    Interlocutores do presidente avaliam que o tom defensivo melhorou na última semana com o enfrentamento ao relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL) e aos governadores.

    Ordem dos depoimentos

    Inicialmente, a ideia é que, primeiro, falem os governadores do Amazonas, Wilson Lima, e do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, ambos do PSC. Alinhados ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), esta seria uma forma de levar governadores a CPI sem tirar os holofotes do governo federal.

    O depoimento de Lima é dado como certo desde o início da CPI, já que o pedido de criação da comissão traz, desde o começo, a crise de saúde no Amazonas. A oitiva de Castro deve abordar, ainda, a falta de ação do governo fluminense quanto à aglomeração causada pelo presidente Bolsonaro no último domingo (23).

    Os senadores querem saber quem autorizou o ato e se alguma providência foi adotada pelas autoridades locais a respeito de atitudes que ferem as regras sanitárias. 

    “O que está acontecendo neste momento no Rio é um acinte e um desrespeito aos quase 450 mil brasileiros mortos. Não se tem conhecimento na história de um presidente que tenha sido tão ofensivo à dor de um povo como está acontecendo no Rio”, disse o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) à CNN.

    Já a convocação de Witzel tem relação com as suspeitas de compras superfaturadas de equipamentos hospitalares para o combate à pandemia que culminou com o impeachment.  

    Witzel é investigado pela suspeita de práticas irregulares na área da Saúde. De acordo com denúncia do Ministério Público Federal, a partir da eleição de Witzel “estruturou-se no âmbito do governo estadual uma organização criminosa, dividida em três grupos, que disputavam o poder mediante o pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos”.

    Liderados por empresários, esses grupos lotearam algumas das principais pastas estaduais, como a Secretaria de Saúde, “para implementar esquemas que beneficiassem suas empresas”.

    Procurados pela CNN, Castro não quis comentar a possibilidade de ser convocado pelos senadores para prestar esclarecimentos à CPI. Já Witzel acusou os deputados estaduais, ligados ao presidente Bolsonaro, de estarem por trás do processo de impeachmente, divulgando informações falsas de superfaturamento.

    Em uma rede social, Aziz anunciou que o colegiado deve apreciar nesta quarta (26) mais de 400 requerimentos.

    “Terminando o dia conversando com a imprensa sobre a votação dos requerimentos de amanhã (26). Serão 402 documentos apreciados para definir os próximos passos da CPI. Nossa meta continua sendo punir os equívocos e garantir a compra de vacina. Essa é a justiça que o Brasil merece.”