Gonet e Sarrubbo se reúnem para tratar de combate ao crime organizado
Enfrentamento às organizações criminosas é uma das prioridades de Sarrubbo à frente da Secretaria Nacional de Segurança Pública e de Gonet no comando da PGR
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, e o secretário Nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, se reuniram nesta segunda-feira (18) pela primeira vez desde que assumiram os cargos que ocupam. Os dois trataram sobre o combate ao crime organizado no país.
O enfrentamento às organizações criminosas é uma das prioridades de Sarrubbo à frente da Secretaria Nacional de Segurança Pública e de Gonet no comando da Procuradoria-Geral da República (PGR).
No encontro, o procurador-geral e o secretário discutiram estratégias para combater a criminalidade organizada. Uma delas é a ação integrada dos Ministérios Públicos e das polícias do país.
A reunião, que marca a conversa inicial sobre o tema, serviu de alinhamento e compromisso de trabalho integrado entre o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Sarrubbo foi escolhido para o cargo pelo ministro Ricardo Lewandowski, que o classificou como um “homem do ramo”. De acordo com o ministro, Sarrubbo tem “currículo impecável” na área. “Ele é profissional. E é o que mais entende de combate ao crime organizado”, afirmou à CNN em janeiro.
A segurança pública é um dos temas que trava a avaliação positiva do governo, a despeito do crescimento acima do esperado da economia do ano passado, segundo mostraram pesquisas encomendadas pela Presidência.
Na sabatina a que foi submetido em dezembro para o cargo de procurador-geral, Paulo Gonet afirmou aos senadores que o combate às organizações criminosas seria uma das prioridades de sua gestão na PGR.
“As organizações criminosas são inadmissíveis, porque elas tendem a estabelecer um Estado paralelo”, afirmou. “É uma função do Ministério Público combater as organizações criminosas. Esse tema estará no grau máximo das prioridades de uma gestão de Procurador-Geral da República”.
No final de fevereiro, Gonet assinou um acordo de cooperação técnica entre o MPF e o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro para ampliar o compartilhamento de informações, dados, provas e vestígios em atuações criminais.
Gonet defende que a união do MP brasileiro será decisiva no combate à criminalidade, assim como fez Sarrubbo durante o tempo em que foi do Ministério Público do Estado de São Paulo.
“Devemos ter uma ação conjunta para unirmos todas as nossas competências em uma ação eficiente nesse combate. É um desafio que eu assumi e, se eu tiver o apoio e a parceria de todos os procuradores-gerais, tenho certeza de que teremos um trabalho proveitoso”, afirmou Gonet na ocasião.
A visita de Sarrubbo a Gonet aconteceu no início da noite, no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), órgão presidido pelo procurador-geral. É por meio do CNMP que Gonet pretende implementar o combate ao crime organizado.
Na primeira sessão do ano do conselho, no início de março, Gonet afirmou que o CNMP não pode ser “surdo” ao chamado da sociedade contra o crime organizado.
“O CNMP há de empregar toda a sua funcionalidade para esse fim, buscando as conexões entre os ramos do Ministério Público, bem como no acordo de energias com órgãos do Executivo, como o Ministério da Justiça, Polícia Federal, Coaf, agências de informação e com o Judiciário – afinal, sabemos que há preocupações análogas a motivar ações no Conselho Nacional de Justiça”, disse.