Gonet deveria manter posição entre Janot e Aras, mas proximidade com o STF preocupa, dizem fontes
Ideia seria atuação “ponderada”, que não busque os “holofotes”, nem “persiga” políticos, mas que também não se torne “cúmplice” do presidente da República
O novo procurador-geral da República, Paulo Gonet, deveria manter uma equidistância entre as gestões de Rodrigo Janot e Augusto Aras, dizem fontes do Ministério Público e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Isso significa uma atuação “ponderada”, que não busque os “holofotes”, nem “persiga” políticos, ainda conforme essas fontes, mas que também não se torne “cúmplice” do presidente da República.
Subprocuradores ouvidos pela CNN estão preocupados com a proximidade entre Gonet e os ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, que foram decisivos para sua indicação.
Algumas fontes, no entanto, dizem que é uma relação de alinhamento de pensamento, mas não de subordinação.
Janot é muito criticado dentro do petismo pela condução da Lava Jato, pela delação da Odebrecht e pelos processos contra Lula.
Aras é malvisto pela opinião pública por ter sido leniente com Jair Bolsonaro, principalmente na condução na pandemia da Covid-19.
Hoje (18) na posse, Lula fez críticas a Janot e outros procuradores que conduziram a Lava Jato ao dizer que o Ministério Público não pode se submeter às manchetes de jornal ou de canais de televisão. Gonet também afirmou que não busca “palco ou holofotes”.
Nenhum dos dois citou a ligação entre Aras e Bolsonaro. Lula chegou a receber Aras e considerar seu nome para a PGR. Gonet era o procurador geral eleitoral indicado por ele.