Há problemas no comando do SUS e combate à pandemia é constrangedor, diz Gilmar
Ministro do STF volta a criticar atuação do governo federal na Saúde após polêmica fala em que associa Exército a 'genocídio'
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), voltou a criticar neste sábado (1º) a atuação do Ministério da Saúde e o combate à pandemia do novo coronavírus no Brasil.
Segundo Gilmar, há uma crise de gestão “na cabeça do SUS” e o país precisará rediscutir a sustentação do sistema após a pandemia da Covid-19. O ministro do STF afirmou que a situação é “constrangedora” e só não foi pior pela atuação do sistema público e dos governadores dos estados.
“É um campeonato constrangedor que nunca gostaríamos de vencer. Ainda não chegamos a resultados piores graças ao SUS, o que é sempre falado pelo ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, e também graças às ações dos governadores que foram muito proativos”, disse.
Gilmar Mendes foi protagonista de uma crise recente entre os poderes Executivo e Judiciário quando afirmou que a atuação do Ministério da Saúde se assemelhava a um “genocídio”, morte em massa de grupos éticos e sociais, ao qual o Exército estava associado. A citação aos militares deriva do fato de o ministro interino da Saúde ser um general, Eduardo Pazuello.
Após alguns dias de trocas de farpas e conversas de reaproximação, chegou a ganhar força a possibilidade de que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) escolhesse um novo ministro efetivo para a Saúde. Essa tendência não só não se confirmou, como Pazuello foi elogiado publicamente pelo presidente.
“Tivemos um médico, olha a desgraça lá que foi o primeiro”, disse, em referência ao ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM). Bolsonaro disse que Pazuello é “gestor”, e enfatizou a atuação do militar nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016 e na situação dos venezuelanos em Roraima.
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A crítica de Gilmar Mendes sobre falta de coordenação foi reforçada pelo governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que também participou da live.
“Estamos neste momento com realidades epidêmicas diferentes no brasil porque é uma condução atabalhoada, uma espécie de ‘salve-se quem puder’ pela ausência da coordenação nacional. É preciso fortalecê-lo”, argumentou.