Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Gabinete de transição vai ter apoio diplomático para preparar engajamento de Lula no exterior

    Equipe comandada por Audo Araújo Faleiro, assessor internacional da Presidência durante os governos do PT, também vai fornecer ao gabinete de transição informações sobre o calendário diplomático

    O presidente eleito Lula discursa em primeira visita ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB)
    O presidente eleito Lula discursa em primeira visita ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) FÁTIMA MEIRAFUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

    Pedro Nogueirada CNN

    O diplomata Audo Araújo Faleiro lidera o trabalho de ligação entre o Itamaraty e o gabinete de transição. Os profissionais vão preparar as viagens de Lula, como a COP-27, no Egito, produzir documentos, incluindo respostas a chefes de estado estrangeiros, além de organizar a recepção de embaixadores e telefonemas com dignitários de outros países

    A equipe também vai fornecer ao gabinete de transição informações sobre o calendário diplomático, com oportunidades estratégicas de engajamento do governo-eleito no exterior, e elencar assuntos administrativos que precisam de respostas rápidas no início da nova gestão.

    Um dos primeiros compromissos do grupo de ligação foi o encontro com o Encarregado de Negócios da Embaixada do Egito, para preparar a logística da comitiva à conferência sobre mudanças climáticas. A reunião aconteceu no CCBB, na quarta (9).

    Ministro de Segunda Classe da carreira diplomática, Audo Faleiro foi indicado por Celso Amorim, embaixador aposentado considerado o braço direito de Lula para assuntos internacionais. Amorim é também o diplomata que serviu por mais tempo no cargo de Ministro das Relações Exteriores, superando o Barão do Rio Branco, patrono da diplomacia brasileira. O embaixador é cotado para compor a equipe de transição, na área de Relações Exteriores.

    Sem revanchismo

    Fontes no Ministério afirmam que a escolha de Faleiro envia dois sinais. O primeiro é de que o governo de transição busca um Itamaraty sem revanchismo. O segundo, que sua a transição busca boas relações com a atual gestão do chanceler Carlos França, para garantir uma transição suave.

    Diplomatas relatam um clima de “caça às bruxas” no serviço diplomático durante a gestão de Ernesto Araújo, primeiro chanceler de Bolsonaro. Audo teria sido um dos alvos desse regime.

    Nomeado chefe da Divisão da Europa Ocidental no Itamaraty em 2019, o diplomata foi exonerado menos de uma semana depois. O motivo: ele serviu na assessoria internacional da Presidência da República durante os governos do PT, sob o comando de Marco Aurélio Garcia. Além disso, trabalhou na embaixada brasileira na Venezuela. Outros diplomatas com posições de destaque nos governos Lula e Dilma também caíram no ostracismo.

    Colegas relatam que Audo é uma das pessoas que encarou essa situação com serenidade. A expectativa é de que não haja um novo campo de batalha de perseguição.