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    Fux defende Celso de Mello e manda recado a Bolsonaro

    Em reunião tensa, Alcolumbre disse ao presidente que o Congresso quer ajudar, mas que o ambiente de tensão constante entre o Planalto e o STF não ajuda

    Caio Junqueirada CNN

    Com a ausência do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, que se recupera de uma cirurgia, o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, virou o principal intermediário da tentativa de apaziguar os ânimos entre o Palácio do Planalto e a corte.

    Logo pela manhã, ministros do núcleo duro governista, como o general Braga Netto (Casa Civil), Jorge de Oliveira (Secretaria Geral da Presidência), e seu correligionários Onyx Lorenzoni (Cidadania), procuraram-no para uma avaliação de cenário. Nas conversas, os três deferiram críticas ao STF e ao que consideram abusos da corte contra o Palácio do Planalto.

    No final da manhã, chegou ao governo, e foi retransmitido a Alcolumbre, a informação de que caso o ministro da Educação, Abraham Weintraub, se recusasse a depor sobre seus ataques ao STF, ele poderia ser preso.

    Alcolumbre então procurou o presidente em exercício do STF, Luiz Fux, que deixou bem claro que as falas do presidente Jair Bolsonaro contra o ministro decano do STF, Celso de Mello, são consideradas um ataque a todo o Supremo Tribunal Federal. E que poderia haver uma resposta da corte mais incisiva. O recado de Fux foi transmitido por Alcolumbre ao Planalto.

    Foi nesse momento que o governo planejou um encontro com todos os chefes de poderes. A tentativa fracassou. Bolsonaro não procurou ninguém de fato e o responsável por esse tipo de operação, o ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Ramos, cumpria uma série de visitas a órgãos de imprensa em São Paulo a pedido do secretário de Comunicação, Fábio Wajngarten.  

    Bolsonaro, então, acabou falando apenas com Alcolumbre. O presidente do Congresso se prontificou a ir até o Planalto para encontrá-lo. Chegou a consultar no caminho o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e questioná-lo se ele queria ir, mas Maia, sem o convite presidencial, recusou-se a ir. Lá chegando, entrou na sala de reuniões onde já estavam os ministros Paulo Guedes (Economia), José Levi (Advocacia-Geral da União), André Mendonça (Justiça) e Fernando Azevedo (Defesa). Conversaram um pouco e depois Alcolumbre ficou a sós com Bolsonaro. 

    A conversa de ambos foi tensa. Bolsonaro repetia: “Eu sou o presidente” e “os excessos vêm do lado de lá”, em referência ao STF. Também declarou que “não tem ninguém mais democrata do que eu” e que “se quisesse teria destruído o vídeo” da reunião ministerial do dia 22 de abril, que embasou o pedido de oitiva de Weintraub. Alcolumbre pediu calma, disse que o Congresso quer ajudar, mas que o ambiente de tensão constante entre o Planalto e o STF não ajuda. E deixou o Planalto rumo ao Congresso, onde transmitiu sua conversa a senadores.

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