Fórum em Paris tem otimismo de empresários com o Brasil e fala de Sarkozy sobre Barroso
Anúncio de novos investimentos reflete as perspectivas positivas para o país, na avaliação de presentes no evento
O Fórum Internacional Esfera reuniu empresários, políticos e autoridades em Paris. Um dos presentes no evento foi o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, que sugeriu que o ministro Luís Roberto Barroso, que comanda o Supremo Tribunal Federal (STF), estaria pronto para ser presidente do Brasil.
“Senhor presidente, o senhor está pronto para uma nova presidência, uma outra presidência. Tenha cuidado, senhor presidente, foi um discurso excelente”, afirmou o antigo líder francês.
Após ser questionado sobre a sugestão de Sarkozy, Barroso negou qualquer intenção de ser presidente. “Não passa pela minha cabeça”, afirmou o ministro.
O comentário foi realizado após o presidente do STF fazer um discurso explicando por que a Suprema Corte no Brasil tem um protagonismo diferente de outros países.
“O constituinte trouxe para a Constituição temas em que, muitas das vezes, entendiam que a razão pública do Supremo deveria decidir questões que em outras partes do mundo são deixadas para a vontade discricionária da política, esse é o desenho institucional brasileiro”, afirmou na ocasião.
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Brasil e França
Além das discussões políticas, Sarkozy também citou o protagonismo internacional de Lula durante o evento em Paris. O ex-chefe de Estado defendeu que o Brasil, como uma grande potência democrática, deveria ter um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU (CSNU), acrescentando que organismos multilaterais não representam mais o cenário geopolítico atual.
“O sistema multilateral que conhecemos hoje é do século XX, e estamos no século XXI. Onde está a Organização das Nações Unidas? Desapareceu. Quem dá importância para o que diz o secretário-geral das Nações Unidas”, declarou.
Sarkozy também afirmou que a França é o parceiro ideal para o Brasil. A CEO da Esfera Brasil, Camila Funaro Camargo, lembrou a parceria histórica entre os países em áreas como saúde, educação, cultura, economia e defesa.
Ela ressaltou também a importância de o acordo entre o Mercosul e a União Europeia sair do papel. “O acordo entre os dois blocos vai criar uma das maiores áreas de livre-comércio do mundo. No caso do Brasil, o sucesso do tratado pode gerar um aumento de até US$ 125 bilhões no PIB em 15 anos”, apontou a CEO.
Otimismo com reformas
Durante o fórum, empresários disseram que estão otimistas com o avanço de reformas no Brasil, especialmente a tributária. O anúncio de novos investimentos reflete as perspectivas positivas para o país.
Wesley Batista, acionista da J&F, anunciou que o grupo vai investir R$ 38,5 bilhões no Brasil até 2026, em setores diversos como alimentação, mineração, celulose, energia, cosméticos e tecnologia financeira.
Os novos aportes devem gerar 30 mil empregos, levando o grupo a somar mais de 200 mil colaboradores.
“Nós estamos super otimistas. Quando você olha todas as áreas, se você olha a questão fiscal brasileira, acho que o mercado tinha uma dúvida, mas eu acredito que o Brasil definitivamente pacificou esse assunto”, afirmou Batista.
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No mercado financeiro, a grande expectativa é que a reforma tributária seja concluída, o que deve contribuir para reduzir a percepção de risco do país, com impactos nos juros.
“Eu estou confiante na reforma tributária e estou confiante que isso tudo vai criar um reflexo positivo na economia para os próximos meses, para o próximo ano com redução na taxa de juros. Criando um ambiente de negócios, com mais acesso a crédito das pessoas, para as empresas. Um ambiente de negócios mais produtivo e eficaz para o Brasil nos próximos ciclos”, disse Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master.
Flavio Rocha, presidente do conselho de administração da Guararapes, dona da Riachuelo, alerta, porém, para o risco de a reforma perder potência com as concessões a setores específicos.
“Tudo indica, coma generosidade desses primeiros dias, as concessões, as isenções que estão sendo concedidas, que nós vamos testar, isso é muito perigoso, um novo patamar de alíquota para o IVA”, afirmou o executivo da Guararapes.
*Publicado por Iasmin Paiva, com informações de Priscila Yazbek, da CNN