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    Forças Armadas não têm nenhum tipo de intromissão na política, diz senador

    Carlos Viana (PSD-MG), vice-líder do governo, diz que Pazuello compareceu a evento ao lado de Bolsonaro como cidadão, não como militar

    Gregory Prudenciano e Rudá Moreira, da CNN, em São Paulo e em Brasília

    Para o vice-líder do governo no Senado Federal, senador Carlos Viana (PSD-MG), a participação do ex-ministro da Saúde e general da ativa do Exército Eduardo Pazuello em evento pró-Bolsonaro não deve ser interpretada como um suposto envolvimento das Forças Armadas com a política institucional. Segundo Viana, as Forças Armadas brasileiras são “profissionais”, “constitucionais” e, além disso, Pazuello esteve no ato como cidadão, não como general. 

    “Precisamos começar a entender que as Forças Armadas brasileiras têm uma visão profissional, constitucional do Brasil. Não há participação de nenhum tipo de tentativa de intromissão política. Somos nós [os civis] que temos que amadurecer em toda essa história”, argumentou Viana, lembrando que os militares estiveram presentes desde a fundação da República, proclamada no Brasil pelo marechal Deodoro da Fonseca.

    Questionado sobre a participação de Pazuello no ato que reuniu e aglomerou milhares de apoiadores de Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro, em que não usaram máscaras tanto o ex-ministro quanto o presidente da República, o senador sustentou que Pazuello, “como cidadão, pode participar do que quiser”. “Ele não estava lá na condição de general que representa qualquer tipo de instituição militar”. 

    Apesar de argumentar em defesa do ex-ministro e do presidente da República, Carlos Viana disse à CNN que não concorda com a realização do ato da forma como aconteceu. O senador afirmou que “tem que se usar máscara” e que “tem que evitar a questão da aglomeração” porque “nós sabemos que é isso que funciona, até a chegada da vacina”. 

    “Minha opinião é que são gestos que poderiam ser feitos de uma maneira diferente, como exemplo de combate à pandemia”, resumiu. 

    O ato do final de semana, que levou a abertura de um procedimento disciplinar contra Pazuello, também colocou o ex-ministro novamente na mira de alguns dos senadores que compõem a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, com a possibilidade de que o general seja novamente convocado a depor, a exemplo do que ocorreu na semana passada. 

    No entanto, Viana afirmou que a presença de Pazuello no ato político “não faz diferença” para a CPI, uma vez que ele é relevante para a comissão pelo período em que esteve à frente do Ministério da Saúde, entre maio de 2020 e março de 2021. 

    À CNN, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), disse que Pazuello é candidato a ser reconvocado porque mentiu à comissão

    Sobre os rumos da CPI da Pandemia, Carlos Viana disse que a oposição já percebeu que “culpar o presidente [Jair Bolsonaro] não vai levar a nada”. “Tudo o que está sendo falado na CPI já foi divulgado pela imprensa, a população brasileira já sabe”, pontuou. Para Viana, o melhor caminho a ser trilhado pela investigação é ampliar o foco e ir além do Palácio do Planalto, com a finalidade de produzir, no fim dos trabalhos, um relatório “extenso e profundo” que ajude o Brasil a não cometer os mesmos erros que já cometeu. 

    O senador Carlos Viana (PSD-MG) conversou com a CNN sobre a CPI da Pandemia
    O senador Carlos Viana (PSD-MG) conversou com a CNN sobre a CPI da Pandemia (24.mai.2021)
    Foto: Reprodução / CNN

    Agenda da CPI da Pandemia nesta semana

    Nesta terça-feira (25), a CPI da Pandemia deverá receber a secretária de Gestão do Trabalho e da educação na Saúde Mayra Pinheiro, funcionária do Ministério da Saúde que é conhecida por sua defesa do chamado “tratamento precoce”, com uso de medicamentos sem eficácia comprovada no tratamento da Covid-19, como hidroxicloroquina e ivermectina.

    Nas redes sociais, a promoção do “tratamento precoce” por Mayra rendeu-lhe o apelido de “Capitã Cloroquina”. Na semana passada, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello atribuiu à Mayra a ideia de criação do TrateCOV, aplicativo viabilizado pelo Ministério da Saúde para facilitar o diagnóstico da Covid-19 e a prescrição do tratamento precoce. 

    Na quarta-feira (26), a CPI da Pandemia deverá votar requerimentos por documentação e por novas oitivas. Entre elas, uma possível nova convocação de Pazuello, como disse à CNN o presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM). 

    Na quinta-feira (27), segundo Aziz, será a vez do depoimento de Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan. A expectativa é que Dimas Covas ajude a comissão a esclarecer o episódio da compra da Coronavac por parte do Ministério da Saúde. 

    Inicialmente, estava marcado para quinta-feira o depoimento do ex-secretário executivo do Ministério da Saúde Élcio Franco, mas ele informou à CPI que ainda se recupera do diagnóstico de Covid-19 que recebeu em 3 de maio. Ainda não há nova data para a oitiva de Franco.