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    Flordelis diz que ‘não faria sentido’ matar o marido pois dependia dele

    Argumentos constam na defesa escrita entregue pela deputada fluminense à Corregedoria Parlamentar da Câmara

    Igor Gadelhada CNN

    Em defesa apresentada à Corregedoria Parlamentar da Câmara, a deputada federal Flordelis (sem partido-RJ) alegou que não “faria sentido” mandar matar o marido, o pastor Anderson do Carmo, no “auge de sua vida pessoal e familiar”, pois era dependente “espiritual e materialmente” do companheiro.

    Os argumentos constam na defesa escrita entregue pela parlamentar fluminense ao corregedor da Casa, deputado Paulo Bengtson (PTB-PA), no processo de cassação ao qual responde. As alegações, às quais a CNN teve acesso, foram entregues no dia 16 de setembro. O caso tramita em sigilo na Câmara.

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    “Não faria sentido, realmente, que dependendo espiritual e materialmente do Pastor Anderson, seu marido durante o longo período em que o afeto perdurou, perdurava e perduraria, tivesse o plano de eliminá-lo de sua vida e de seus irmãos, familiares e dependentes não o tivesse subtraído no auge de sua vida pessoal e familiar”, diz a defesa de Flordelis.

    No documento, a deputada diz que “é certo e insofismável” que não haveria por parte dela “nenhuma razão plausível para se ver livre de seu companheiro, que tanto tinham em comum inclusive seu amor a Jesus Cristo, a quem dedicara seu amor e carinho e de quem dependia, como braço forte, para suas atividades parlamentares”.

    Deputada federal Flordelis (PSD-RJ)
    Deputada federal Flordelis (PSD-RJ)
    Foto: Claudio Andrade/Câmara dos Deputados (21.mai.2019)

    Lucro

    Flordelis reclama que a polícia não se dedicou a investigar a quem interessaria a morte de Anderson. Para ela, os investigadores focaram em sustentar que ela teria mandado matar o marido como uma “compensação” financeira pelo “regime severo” de restrições e gastos com os mais de 50 filhos, afilhados e agregados do casal.

    “Não se preocupou, contudo, em responder qual o lucro que a Defendente ou um dos seus filhos ou agregados teriam com o desaparecimento do gestor destas receitas e patrimônios, permanecendo assim a incógnita – quem teria algum benefício patrimonial, ou monetário, com este descenso?”, alega a defesa.

    Os advogados sustentam ainda que a polícia não levou em conta o fato de que Flordelis levou o pastor, descrito como “parceiro, mentor e marido” da deputada, para viver em Brasília, “dando-lhe todas as regalias e afetos e possibilitando que o mesmo vivesse a administrar, e mesmo ajudando-o, a dirigir suas atividades parlamentares.”

    A defesa diz ainda que ela tem sido alvo de uma “implacável perseguição midiática” e argumenta que ela não pode ter o mandato cassado, pois os fatos do qual é acusada não têm relação com seu desempenho parlamentar. Por esse motivo, a defesa de Flordelis classifica a representação contra ela como “inepta”.

    Em seu parecer, porém, o corregedor da Câmara sustentou que as provas contra a deputada compartilhadas pela polícia são suficientes para recomendar a cassação do mandato dela. O relatório foi apresentado por Bengtson em 1º de outubro. O caso aguarda decisão da Mesa Diretora para seguir para o Conselho de Ética da Casa.

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