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    Flávio Bolsonaro pediu que presidente do BNDES recebesse dono da Precisa

    Francisco Maximiano representava no encontro uma outra empresa da qual é dono, a Xis Internet Fibra

    Renata AgostiniLeandro Resendeda CNN

    O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) facilitou um encontro do presidente do BNDES, Gustavo Montezano, com o dono da Precisa, Francisco Maximiano, no ano passado. O encontro consta na agenda de Montezano e ocorreu no dia 13 de outubro de 2020 no escritório do banco, em Brasília.

    A informação foi publicada pela revista Veja e confirmada pela CNN. Maximiano representava no encontro uma outra empresa da qual é dono, a Xis Internet Fibra. Segundo dados da Junta Comercial de São Paulo, ele é acionista desta companhia juntamente com João Vitor Maximiano.

    Em vídeo publicado nas redes sociais nesta sexta-feira (25), Flávio Bolsonaro admitiu que conhece o dono da Precisa Medicamentos por “amigos em comum em Brasília”, mas que não tem relação comercial e financeira com o empresário.

    A agenda no BNDES, segundo o filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), era para “levar uma boa ideia” – no caso, um projeto de internet banda larga para as regiões Norte e Nordeste.

    A mesma versão é apresentada por Maximiano por meio de seus advogados. Segundo a defesa do empresário, ele e o senador não têm relação de proximidade e os contatos que tiveram até hoje foram estritamente “institucionais”. Ainda de acordo com os advogados de Maximiano, a Xis Internet Fibra não chegou a pegar empréstimos do BNDES.

    “Tratou-se apenas e tão somente de um encontro institucional, transparente e com discussões de projetos de interesse público para se viabilizar linhas de financiamento em fibra ótica para levar internet às regiões Norte e Nordeste do país. A reunião – que jamais contou com a participação da empresa Precisa, mas sim com a Xis Internet – consta expressamente na agenda do site do banco. As linhas de financiamento foram identificadas, mas nenhuma se mostrou compatível, eis que os projetos já estavam avançados e, por isso, as tratativas foram encerradas, o que mostra o caráter absolutamente técnico da discussão”, afirmam Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, advogados de Francisco Maximiano.

    Flávio Bolsonaro também afirmou no vídeo que o vice-presidente da CPI da Pandemia, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), também esteve com a Precisa Medicamentos no dia 5 de abril deste ano. O encontro foi virtual e registrado pelo senador em suas redes sociais.
    No início da sessão de hoje da CPI da Pandemia, Randolfe comentou a afirmação de Flávio, que classificou como “ilação”. “Ir atrás de vacina não é crime. Crime foi o presidente da República não ir atrás de vacina. Fomos atrás da Coronavac e da Janssen”, afirmou.

    A CNN procurou o BNDES e aguarda um posicionamento.

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