À CNN, Flávio Bolsonaro fala em perseguição política no caso das ‘rachadinhas’
O senador concedeu entrevista à CNN após a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) anular a quebra dos seus sigilos fiscal e bancário
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) afirmou, nesta terça-feira (23), que houve abuso de autoridade na denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro sobre a prática de “rachadinhas” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
O senador concedeu entrevista à CNN após a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) anular a quebra dos seus sigilos fiscal e bancário.
“A decisão do STJ de hoje esvazia essa denúncia. Houve total excesso [no processo]. Houve abuso de autoridade. O próprio processo é muito frágil com muitos defeitos. Alguns poucos promotores do Ministério Público do Rio calcularam errado meu patrimônio. Houve uma perseguição implacável, fora da lei. A gente tem ciência das barbaridades que foram feitas. Eu não tenho problema em ser investigado. Mas tem que ser dentro da legalidade”, afirmou Flávio.
O senador também rebateu críticas e negou que houve saída jurídica após a decisão do STJ. “A oposição tenta desqualificar uma coisa que é obedecer a Constituição. A decisão do STJ prova e escancara que o modus operandi dessas poucas pessoas no Rio tinha um único condão: me atingir, desgastar minha imagem e atrapalhar o governo Bolsonaro”, declarou o parlamentar.
“Nunca tive uma vírgula contra mim. Sempre defendi policial. Se eu quisesse fazer uma sacanagem no meu gabinete, eu não teria tanto cargo vago dentro do meu gabinete. Alguns funcionários de órgãos públicos vão ser investigadas pela Polícia Federal por usarem um aparato público contra alguém”, complementou.
Eu sou a vítima de ações de pessoas que estão insatisfeitas com o governo
Senador Flávio Bolsonaro
Wassef acompanhou senador
Flávio Bolsonaro concedeu a entrevista à CNN acompanhado do advogado Frederick Wassef, que havia deixado a defesa do senador em junho de 2020, após a prisão do ex-assessor Fabrício Queiroz, suspeito de ser o operador do esquema.
O habeas corpus julgado pelo STJ nesta terça-feira foi assinado por Wassef, que também participou do julgamento por videoconferência.
A quebra dos sigilos bancário e fiscal de Flávio Bolsonaro foi determinada pela Justiça em abril de 2019 no âmbito da investigação do caso das “rachadinhas” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
A decisão é o mais importante revés da apuração do caso, iniciada há dois anos. No final de 2020, Flávio Bolsonaro foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por peculato, lavagem de dinheiro e por suspeita de liderar um esquema de desvio de parte dos salários dos assessores.