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    Flávio Bolsonaro acusa Witzel de cometer desvios no RJ “há muito tempo”

    Em resposta a Witzel, senador afirmou que a PF apenas executou ação do STJ, mas que a investigação sobre desvios de verba foi da "própria polícia"

    Pietra Carvalho , da CNN, em São Paulo

    O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) respondeu em live na tarde desta terça-feira (26) às acusações do governador fluminense Wilson Witzel (PSC) sobre o suposto interesse político da Operação Placebo, em que a Polícia Federal cumpriu um mandado de busca e apreensão no Palácio das Laranjeiras, residência oficial de Witzel. 

    “Sua própria Polícia Civil do estado Rio de Janeiro inicidou uma investigação e no meio do caminho encontrou você”, declarou Flávio, afirmando que a Polícia Federal só se envolveu na questão graças ao foro privilegiado do político do PSC. 

    “Não tem nada a ver com a Polícia Federal, ela só está executando uma ação do STJ contra você”, continuou. “Mas quando (a investigação) não interessa ao governador Wilson ele vai e atira na pessoa.” 

    Flávio ainda foi além, afirmando que as acusações de corrupção contra Witzel são antigas. O governador assumiu seu primeiro mandato em 1° de janeiro de 2019. “Já ouço que você está cometendo uma série de desvios há muito tempo, não é de agora. Aliás, você começou em uma velocidade…o estado do Rio quebrado e você raspando o osso.”

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    Ele ainda afirmou que as falas de Witzel contra a família Bolsonaro, argumentando que o clã de políticos está agindo em parceria com a PF por retaliação a “governadores inimigos” e que,  “com todas a provas que já temos contra ele”, Flávio “já deveria estar preso”, são “insanas”.

    “Por que eu deveria ser preso? Eu não fiz absolutamente nada. Estou sendo investigado há dois anos e não há nem denúncia contra mim. Agora, você, sim. Foi encontrado um contrato de uma empresa suspeita no escritório da sua esposa”, afirmou Flávio.

    “De repente ele quer dar uma de maluco, pra quando ele for preso, em vez de ir pra Bangu 8, ele vai pra um hospital psiquiátrico (…) só pode ser isso”, ironizou o senador durante a transmissão ao vivo para seus 2,4 milhões de seguidores no Instagram. 

    Flávio ainda disse se arrepender de ter endossado a campanha para governador de Witzel em 2018. O ex-juiz federal, que atuou por 16 anos no cargo, pediu exoneração no mesmo ano para se filiar ao PSC e se candidatar pela primeira vez a um cargo eletivo. Nas primeiras pesquisas de intenção de voto, Witzel contava com apenas 1% das respostas, mas viu um crescimento exponencial ao se aliar com os membros da família Bolsonaro. 

    “Peço desculpas a você que votou no governador Wilson a meu pedido e a pedido do presidente Bolsonaro. Se eu soubesse que além de incompetente ele é ladrão, não teria feito isso.”

    Autorizada pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ), a operação realizada no palácio do governo nas primeiras horas desta terça-feira foi resultado de duas investigações, conduzidas pelo Ministério Público e pela força-tarefa da Lava Jato no Rio, que relacionaram o governador a desvios de recursos públicos destinados ao combate a pandemia do novo coronavírus.

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