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    Filho de petista diz que pai pediu a atirador: “deixa eu curtir a minha festa em paz”

    Leonardo Arruda, filho do guarda municipal Marcelo Arruda, conversou com a CNN na tarde deste domingo (10)

    Ingrid OliveiraVinícius TadeuCarolina Figueiredoda CNN

    Leonardo Arruda, filho do guarda municipal Marcelo Arruda, morto no Paraná após ter sua festa de aniversário invadida na noite de sábado (9),  à CNN como ocorreu o crime. Marcelo comemorava o aniversário de 50 anos com o tema da festa em homenagem ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao PT. O aniversariante chegou a pedir ao atirador para “curtir a festa em paz”.

    Leonardo conta que nenhum dos convidados conheciam o agente penitenciário federal Jorge José da Rocha Guaranho, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), que invadiu e efetuou os disparos contra o petista.

    Segundo relatos, Guaranho chegou ao local da festa gritando o nome de Bolsonaro e discutiu com seu pai. “Ele [Marcelo] falou: ‘Cara, sai fora daqui. Essa aqui é minha festa, eu sou ‘polícia’. Deixa eu curtir a minha festa em paz’, e o homem [Guaranho] sacou uma arma e apontou”, disse.

    Leonardo conta ainda que Jorge Guaranho estava com a esposa e a filha no carro e, a princípio, a mulher não deixou que ele atirasse.

    Após proferir ameaças, Guaranho foi embora prometendo que voltaria. Segundo Leonardo, seu pai estava desarmado no momento da primeira aparição do invasor. “Meu pai estava desarmado porque era só entre amigos e familiares. Mas, diante desse fato, ele ficou de prontidão caso acontecesse alguma coisa”, disse.

    Poucos minutos depois, Guaranho retomou ao local em que ocorria a festa de aniversário de Marcelo e já “chegou atirando”, de acordo com Leonardo e como mostram imagens de câmeras de segurança.

    “Com isso, ele acertou três tiros no meu pai e meu pai conseguiu ainda revidar, acertou cinco tiros nele”, disse Leonardo.

    A Polícia Civil do Paraná chegou a divulgar que o agente penitenciário havia morrido, mas, em nova nota enviada neste domingo (10), afirmou que ele está estável no hospital.

    O caso

    O guarda municipal Marcelo Arruda teve a festa de aniversário invadida pelo agente penitenciário federal Jorge José da Rocha Guaranho na noite deste sábado (9). Arruda é membro da diretiva do PT em Foz do Iguaçu e tinha a decoração da festa de comemoração dos seus 50 anos em homenagem a Lula e ao PT.

    Segundo relatos de quem estava presente, Guaranho foi até o local gritando o nome do presidente Jair Bolsonaro. Foi pedido que ele deixasse o local e ele avisou que voltaria. Arruda então foi até seu carro e pegou sua arma. Cerca de 20 minutos depois, Guaranho voltou e atirou em Arruda, que conseguiu revidar e atirar nele também. O aniversariante morreu, enquanto Guaranho foi encaminhado ao hospital em estado grave.

    “O guarda municipal não gostou do que ele teria dito, pegou uns pedregulhos e arremessou contra o motorista do veiculo, ele saiu do local dizendo que ia voltar, quando ele retornou aconteceu toda a tragédia”, explicou a delegada em entrevista coletiva neste domingo.

    “Ele não era convidado da festa, estamos verificando porque ele foi até o local e porque estava ouvindo músicas que remetiam a Bolsonaro. Uma testemunha disse que ele falou: aqui é Bolsonaro”, disse a delegada.

    A motivação do crime está sendo investigada pela polícia. “Vamos ouvir a esposa do Guarda Municipal, a esposa do agente penal e todos os indivíduos que estavam na festa”, afirmou Iane Cardoso.

    A Polícia Civil do Paraná chegou a divulgar a morte de Jorge Guaranho, mas neste domingo retificou a informação e disse que ele continua internado.

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