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    Falas de Lula contra embargo a Cuba não geram atrito, diz especialista à CNN

    Diretor-executivo para as Américas da Eurásia argumenta que declarações ocorrem em momento de relaxamento dos EUA sobre a questão

    Pedro Jordãoda CNN* , São Paulo

    As falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticando os embargos dos Estados Unidos à Cuba durante sua viagem à Havana neste fim de semana não geram grandes atritos na política exterior do Brasil, afirmou à CNN Christopher Garman, diretor-executivo para as Américas da Eurásia.

    Para ele, declarações desse tipo neste momento tem impactos suavizados por diversos motivos, como o afrouxamento dos próprios embargos e a defesa da ONU do encerramento deles.

    “[As declarações] vem em um contexto em que o presidente [dos Estados Unidos, Joe] Biden está relaxando o grau de embargo e restrições à Cuba. Essas declarações não destoam tanto ou geram algum tipo de fricção maior do que a esperada”.

    “As declarações dele nesta viagem não divergem muito das declarações petistas no passado. Não diverge muito até de uma posição da ONU, criticando os embargos contra Cuba”, completou.

    Ainda assim, Garman diz que a própria viagem de Lula a Cuba remete a falas e momentos polêmicos do presidente na política externa nacional.

    “A viagem a Cuba remete a um aspecto da política externa brasileira que tem sido criticado, que remete a uma proximidade a regimes mais autoritários, comentários que foram muito controversos com relação à Venezuela. Evidentemente, ele está agora em Cuba, dando declarações contra o embargo [dos Estados Unidos] ao país”, explicou.

    Esta é a primeira vez desde 2014 que um presidente brasileiro vai ao país. É também a primeira ida de Lula à ilha no seu terceiro mandato.

    Ele participou em Havana da cúpula do G77, na qual discutiu a agenda emergente dos países do sul global com outros chefes de Estado.

    Apesar das polêmicas e aproximações a regimes não democráticos, como a Venezuela, Garman diz ver a política brasileira como ambígua, e não de oposição a democracias consolidadas como os Estados Unidos.

    “O que estamos vendo da política externa brasileira não é que está escolhendo China em contrapartida aos Estados Unidos. É uma política externa que está querendo jogar dos dois lados. Estamos vendo isso em vários países do sul global”.

    *Produzido por Duda Cambraia, da CNN em São Paulo

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