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    Fala de Barroso: PL vê “clima de indignação” e Valdemar longe da crise

    Interlocutores destacam que a oposição acabou por segurar um eventual pedido de impeachment contra Barroso no Senado

    Caio Junqueira

    Valdemar da Costa Neto se afastou da crise envolvendo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso com o bolsonarismo, segundo interlocutores do presidente nacional do PL.

    Essas mesmas fontes destacam ainda que a oposição acabou por segurar um eventual pedido de impeachment contra Barroso no Senado.

    Valdemar, ainda segundo seus interlocutores, entende que qualquer tentativa de avançar contra Barroso neste momento poderia ter impacto negativo nos processos que o STF apura envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

    Também há a leitura de caciques do Partido Liberal de que um pedido de impeachment de Barroso seria inócuo, pois o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), não o levaria adiante.

    Segundo o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), o assunto ainda está sendo debatido. “Eu estou conversando com meus pares. Eu represento a oposição: Republicanos, PP, Novo e PL. Há um sentimento de indignação, mas tem que ter um processo natural de maturação”, afirmou ele à CNN.

    Foi por esse motivo que o líder do PL no Senado, Rogério Marinho, não menciona a palavra “impeachment” na nota divulgada por ele no final da tarde desta quinta-feira (13).

    Marinho criticou Barroso, mas não sinaliza qualquer movimento mais brusco por parte dos senadores, como alguns deputados bolsonaristas vem pedindo. É o Senado que tem a competência para pedir um eventual impeachment de ministros do STF.

    Em nota, Marinho diz que “o fato de o futuro presidente do Supremo Tribunal Federal, Excelentíssimo Senhor Ministro Luís Roberto Barroso, ter comparecido a um evento com clara natureza política e emitido opiniões, fazendo afirmações relativas a posicionamentos adotados no último pleito eleitoral, é um fato grave” e que “confunde a sociedade acerca do papel do magistrado, que, necessariamente, deve ter isenção e distanciamento dos naturais embates políticos de nosso país”.

    Marinho complementa: “essa situação se agrava com a nota emitida pelo Supremo Tribunal Federal, ao tentar dissociar a necessária postura institucional do ministro da sua condição pessoal, já que a fala de sua Excelência ‘nós derrotamos a ditadura e o bolsonarismo’ referia-se ao voto popular, e não à atuação de qualquer instituição. Nos parece uma clara contradição com o mandato constitucional, que proíbe expressamente a atividade político-partidária aos integrantes da magistratura (parágrafo único do art. 95), ainda mais vindo de quem tem o dever precípuo de zelar por nossa Constituição e dar o exemplo”.

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