Fake news sobre eleições geram mais engajamento que notícias legítimas
Pesquisa da FGV revela que notícias falsas sobre eleições ganham força em anos eleitorais, mas não deixam de circular em demais épocas
A três dias das eleições municipais, as fake news sobre o sistema eleitoral brasileiro geram mais engajamento que as notícias de fontes confiáveis, de acordo com o estudo “Desinformação on-line e eleições no Brasil”. A pesquisa foi divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), nesta quinta-feira (12), com apoio da embaixada da Alemanha em Brasília.
O estudo da FGV concluiu que as postagens que desinformam sobre as eleições são cada vez maiores no Facebook e no YouTube. Links com informações falsas ganham força em anos eleitorais, como 2020, mas não deixam de circular em anos em que os brasileiros não vão às urnas.
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Em sete anos, foram identificadas mais de 337 mil publicações que colocavam em dúvida a lisura das eleições brasileiras. No Facebook, esses posts geraram mais de 16 milhões de interações. No YouTube, foram mais de 23 milhões de interações.
No estudo, a FGV também listou quais foram as desinformações mais compartilhadas nas eleições municipais de 2020. A fake news que mais circulou nas redes sociais foi a suposta venda de códigos de segurança das urnas eletrônicas para Venezuela feita pelo Tribunal Superior Eleitoral. Outra informação falsa bastante compartilhada é de um hacker que teria conseguido quebrar a segurança das urnas.
O pesquisador Amaro Grossi, que trabalhou no estudo da FGV, comentou a pesquisa ao analista de política da CNN Leandro Resende. Segundo ele, a quantidade de fake news em período eleitoral se dá em virtude da inação das plataformas em remover o conteúdo que é alegadamente falso. Ele também traçou um paralelo entre a desinformação que circula sobre eleições no Brasil e nos Estados Unidos, pois a maioria das informações falsas vem de sites apócrifos, que escrevem de forma semelhante.
(Edição: Leonardo Lellis)