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    Exército indica ex-comandante do Planalto no 8 de janeiro para vice-chefia do Estado-Maior

    General Gustavo Henrique Dutra de Menezes foi um dos militares ouvidos pela CPMI do 8 de Janeiro, mas não consta da lista de 61 indiciados

    O general Gustavo Henrique Dutra de Menezes durante depoimento à CPMI do 8 de janeiro
    O general Gustavo Henrique Dutra de Menezes durante depoimento à CPMI do 8 de janeiro Bruno Spada/Câmara dos Deputados - 14.set.2023

    Iuri Pitta

    O Exército indicou o nome do general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, que era comandante militar do Planalto quando ocorreram os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, para ocupar a vice-chefia do Estado-Maior do Exército.

    A lista com as promoções e movimentações de oficiais-generais e coronéis, a ser apresentada ao ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e encaminhada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi disponibilizada na quinta-feira (26) e obtida pela CNN.

    Vídeo: CPMI do 8/1 aprova relatório final que indicia Bolsonaro, Cid, Torres e mais 58

    Atualmente, Dutra é o 5º subchefe do Estado-Maior do Exército, posto para o qual foi transferido em abril passado. Na nova função, considerada na caserna uma movimentação natural, em função da antiguidade e trajetória do militar, o oficial vai substituir o general Sergio Luiz Tratz. As indicações de promoções e movimentações nas Forças Armadas precisam do aval do presidente da República.

    O ex-comandante militar do Planalto foi um dos militares ouvidos pela CPMI do 8 de Janeiro, mas Dutra não consta da lista de 61 indiciados pelo relatório da senadora Eliziane Gama (PSD-MA), ao contrário de outros oficiais da ativa ou da reserva, além do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

    No depoimento prestado em setembro, o ex-comandante militar do Planalto fez uma apresentação na qual disse que “não há como se concluir que houve inércia ou complacência dos militares” em relação aos acampamentos diante do Quartel-General do Exército, na capital federal, da qual saíram os responsáveis pelos ataques às sedes dos Três Poderes.

    Ao defender a estratégia adotada, Dutra destacou o “fluxo muito grande de ônibus para Brasília” no dia 7, véspera dos ataques na Praça dos Três Poderes, e lembrou que a ocupação do acampamento havia diminuído significativamente na primeira semana do governo Lula.

    No depoimento no Congresso, o general chegou a ser ofendido pelo senador Jorge Seif (PL-SC), que o chamou de “covarde”, mas o registro foi retirado das notas taquigráficas por determinação do presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA).

    Em maio, ao depor à CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal, o general havia dito que tinha uma admiração pela “inteligência emocional” de Lula, ao relatar o que conversou com o presidente na noite de 8 de janeiro e a ordem recebida para isolar o acampamento em frente ao QG do Exército e efetuar prisões na manhã do dia seguinte, evitando o risco de conflitos e “derramamento de sangue”.

    Veja a nota do Exército:

    “O Centro de Comunicação Social do Exército informa que o General de Divisão Gustavo Henrique Dutra de Menezes exerce a função de 5º Subchefe do Estado-Maior do Exército. Com as recentes promoções de oficiais-generais, o Militar passou a ser o segundo mais antigo daquele Órgão, ascendendo, naturalmente, à função de Vice Chefe do Estado-Maior do Exército, conforme o planejamento regular de movimentações do Exército.”