Exército apura conduta de militar que atuava no GSI e defendeu insubordinação de comandante
O coronel da reserva José Plácido Matias dos Santos xingou a instituição e fez ameaças ao atual ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino
O coronel da reserva José Plácido Matias dos Santos é alvo de um procedimento interno no Exército que apura a conduta do militar por ter usado as redes sociais para xingar a ofender a instituição e fazer ameaças ao atual ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino.
“O ministro da Justiça está se sentido empodeirada (sic). Tua purpurina vai acabar”, escreveu. No dia seguinte apagou a mensagem, que já havia sido copiada e divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Palácio, até poucos dias, ocupava cargo de confiança no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República. Foi exonerado após derrota de Jair Bolsonaro (PL).
Ativo na internet, o coronel já havia publicando nas redes sociais indiretas contra o governo eleito.
No entanto, o estopim que motivou a abertura de apuração ocorreu no dia 8 de janeiro, quando ele publicou uma mensagem no Twitter direcionada ao comandante do Exército, general Júlio César de Arruda, na qual pedia a insubordinação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“General Arruda, o Brasil e o Exército esperam que o senhor cumpra seu dever de não submeter às ordens do maior ladrão da humanidade”, incitou.
Em outras, dirigiu-se às Forças Armadas como um todo: “Brasília está agitada com a ação dos patriotas. Excelente oportunidade para as FA entrarem no jogo, desta vez do lado certo. Onde estão os briosos coronéis com a tropa na mão?”
A CNN não conseguiu contato com o coronel. O Exército Brasileiro informou que esse fato surgiu ontem (19). Segundo a corporação, todas as menagens tuitadas pelo coronel José Plácido Matias dos Santos serão apuradas internamente. E não está descartada uma sindicância ou abertura de inquérito no caso.
Em nota, o Exército afirmou ainda que “os fatos seguem em apuração pelas autoridades competentes”. E acrescentou que “militares, sejam da ativa ou da reserva, estão sujeitos a todas as prescrições jurídicas previstas na legislação militar vigente”.