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    Ex-líder de governo Kalil na câmara municipal de BH é indiciado por corrupção

    O vereador Léo Burguês (União Brasil) foi indiciado pelo Ministério Público de Minas Gerais pelos crimes de "rachadinha", contratação de funcionários fantasmas, uso da máquina pública em benefício próprio, entre outros

    Marcos Guedesda CNN

    em São Paulo

    O principal aliado do ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD) na Câmara Municipal de Belo Horizonte, o vereador Léo Burguês (União Brasil), foi indiciado, em 16 de janeiro, pelo Ministério Público de Minas Gerais pelos crimes de “rachadinha”, contratação de funcionários fantasmas, uso da máquina pública em benefício próprio, entre outros contra a administração pública. Outras oito pessoas, entre servidores e empresários envolvidos nos esquemas, também foram indiciadas.

    Léo Burguês foi líder de governo na prefeitura de BH, atuando como porta-voz do ex-prefeito da capital mineira, entre 2017 e 2022, quando deixou o cargo para se candidatar ao cargo de deputado federal e para se dedicar à campanha de Kalil, então candidato ao governo do estado. Ambas candidaturas fracassaram.

    A investigação Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público de Minas Gerais, contou com quebras de sigilo bancário e fiscal e interceptações telefônicas autorizadas pela justiça e apontou uma extensa teia de crimes praticados com a influência direta do parlamentar.

    Um dos pontos indicados na investigação foi a compra com dinheiro público de faixas colocadas em diversos bairros, que simulavam agradecimentos das comunidades ao vereador e ao ex-prefeito Kalil por benfeitorias. Entretanto, documentações apreendidas mostram que houve simulação e que quem estava por trás das faixas, era o próprio vereador.

    / Reprodução

    A investigação também apontou que o vereador recolhia parte dos salários de funcionários do gabinete e pedia que o depósito fosse realizado em créditos em um site de apostas. Outros indícios de “rachadinha” também foram apontados na investigação. “Leo Burguês utilizou de dinheiro público, destinado ao pagamento de salário do servidor, para a quitação de dívidas particulares (…) participando ativamente do que ele mesmo denominou de esquema”, segundo documento.

    O relatório final do Ministério Público também traz informações sobre uma funcionária fantasma que era lotada no gabinete do vereador, mas que não trabalhava na câmara. A mulher prestava serviços de limpeza em uma casa que o vereador aluga. “Foram identificadas a utilização de veículos oficiais e dos motoristas da CMBH, também servidores públicos, em horário de trabalho na casa legislativa da capital mineira”, detalha a investigação.

    Em outra frente, os investigadores também comprovaram que Burguês se utilizou da influência de parlamentar para pedir que uma casa de show não fosse fiscalizada em troca de apoio do proprietário do local na campanha que estava por vir.

    A conclusão da investigação com base na análise financeira do vereador foi de que ele manteve patrimônio oculto, veículos e imóvel. “Além disso, trouxe como os gastos do vereador em muito superam os valores recebidos, indicando como o padrão de vida dele é dependente do aporte de dinheiro oriundo dos servidores de seu gabinete, bem como gastos eleitorais suspeitos de irregularidades”.

    Cassação

    Já tramita na Câmara Municipal de Belo Horizonte um pedido de cassação do mandato do vereador. A Procuradoria-Geral irá avaliar o pedido e deve emitir um parecer até o próximo dia 6 de fevereiro ao presidente da casa, vereador Gabriel Azevedo (sem partido), que decidirá se levará o pedido ao plenário. Se cassado, Burguês pode perder o mandato e se tornar inelegível por oito anos.

    Resposta

    A CNN procurou o vereador Léo Burguês e o ex-prefeito Alexandre Kalil, mas nenhum dos dois responderam até a publicação da reportagem.