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    Ex-comandante do Exército deixou claro a Bolsonaro que não participaria de golpe

    Em depoimento à Polícia Federal (PF), o general Freire Gomes disse que ex-presidente estudava minuta que embasaria ruptura democrática

    General Freire Gomes
    General Freire Gomes Isac Nóbrega/PR

    Jussara SoaresGabriela Pradoda CNN

    Brasília

    O general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, afirmou, em depoimento à Polícia Federal (PF), que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou hipóteses de utilização de instrumentos jurídicos como Garantia da Lei e da Ordem (GLO), Estado de Defesa e Estado de Sítio. Freire Gomes teria ainda alertado Bolsonaro que o Exército não participaria de um eventual golpe de Estado.

    Freire Gomes informou à PF que, pelo que se recorda, o almirante Almir Garnier Santos, então comandante da Marinha, teria se colocado à disposição de Bolsonaro.

    O relato de Freire Gomes corrobora o que o ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Junior declarou aos investigadores. Em sua oitiva, Baptista Junior narrou que em uma reunião com Bolsonaro, Garnier colocou suas tropas à disposição do então chefe do Executivo para um possível golpe de Estado.

    Freire Gomes relata ainda uma reunião no Palácio da Alvorada com Bolsonaro, os comandantes da Aeronáutica e da Marinha e o então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira. No encontro, o assessor da Presidência da República Filipe Martins teria lido os fundamentos jurídicos de uma minuta que embasaria a ruptura democrática.

    Após a leitura, Martins deixou o local e, logo em seguida, Bolsonaro disse aos comandantes das Forças que o documento estava em estudo.

    Em nova reunião, também no Alvorada, Freire Gomes alega que ele e Baptista Junior, da Aeronáutica, manifestaram suas posições contrárias à minuta e afirmaram que o texto não teria suporte jurídico.