Evitar quebra de sigilo é tentativa de atrapalhar investigação da CPI, diz Costa
Para o senador, quem tenta fugir de prestar contas tem de mostrar do que tem medo
O senador Humberto Costa (PT-PE), integrante da CPI da Pandemia, falou sobre o andamento das investigações em entrevista à CNN neste sábado (12).
Ele afirma que as tentativas de quem recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), como o ex-ministro Ernesto Araújo, o advogado do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, Zoser Hardman, Mayra Pinheiro (secretária do Ministério da Saúde) e Hélio Neto (atual secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde) para não ser ouvido devem ser explicadas.
“Todos os pedidos estão bem fundamentados, são cruciais para a continuidade da investigação. Boa parte dos pedidos envolveu a questão de comunicações, pois é a maneira de descobrirmos se o que foi dito ou omitido pelos depoentes corresponde à verdade”, afirma.
“É importante saber se realmente aconteceu o telefonema do secretário do Amazonas Marcellus Campêlo ao ministro Pazuello em 7 de janeiro, quando foi identificado o esgotamento do abastecimento de oxigênio. Outros casos exigem confirmação do que foi informado para constatar a veracidade das informações prestadas à CPI”, explica.
Para o senador, “cada um terá de explicar do que tem receio. Porque estão entrando no STF para pedir que seu sigilo telemático, telefônico, não seja quebrado? Não teremos acesso às conversas, é apenas a constatação de que houve ou não comunicação, com quem se comunicavam. Isso é uma tentativa de atrapalhar a investigação”.
Costa comentou também da decisão do relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), de transformar ex-ministros em investigados. “Na minha opinião, já existem indícios muito claros de cometimento de crimes do ex-ministro Pazuello, Mayra Pinheiro e Ernesto Araújo. Mas isso será uma avaliação do relator”.