Evangélicos têm engajamento maior que eleitores católicos, diz especialista
Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, disse à CNN que as lideranças religiosas são mais engajadas em recomendação de votos aos fiéis
Em entrevista à CNN neste domingo (21), Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, disse que os eleitores evangélicos têm uma característica muito específica nas eleições, que é um grau de engajamento maior do que eleitores de outras denominações religiosas.
“Os evangélicos têm uma capacidade de engajamento e amarração dos votos muito maior do que os eleitores católicos. O que a gente tem visto são lideranças religiosas mais engajadas em recomendação para seus fiéis”, disse.
Segundo ele, enquanto 18% dos católicos recebem algum tipo de orientação de votos nas igrejas ou templos, o número entre os evangélicos é de 28%. “Ou seja, os evangélicos discutem mais política dentro da igreja do que os católicos”, disse.
Meirelles avalia que “a vantagem do ex-presidente Lula em relação ao presidente Jair Bolsonaro em intenções de votos entre os católicos, é maior do que a do Bolsonaro frente ao Lula entre os evangélicos. E os católicos representam uma parcela maior da sociedade brasileira do que os evangélicos”.
“Então, essa tentativa da campanha de Lula para essa parcela do eleitorado é ter uma mensagem clara de respeito à crença e a fé desses eleitores [evangélicos]”, disse.
A campanha do ex-presidente Lula apresentou uma petição ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no sábado (20) em que pede à Corte a inclusão de novos endereços de redes sociais pertencentes ao candidato, todos direcionados ao eleitor evangélico. A informação foi revelada pelo jornal “Folha de S.Paulo” e confirmada pela CNN.
Quando questionado sobre se o tempo de campanha eleitoral na TV aberta pode influenciar os resultados das pesquisas, o presidente do Instituto Locomotiva diz que a maior parcela do eleitorado que já decidiu os votos se informada pelas redes sociais.
No entanto, “quando olhamos o eleitor que não declara voto nem em Lula e nem em Bolsonaro, são eleitores que se informam, majoritariamente, pela televisão”, afirmou.
Meirelles destaca ainda o papel da imprensa profissional no combate às notícias falsas.
“A busca pela verdade nunca foi tão importante para a garantia da democracia. As fake news terão uma importância na influência dos votos e a única forma de corresponder a isso é deixar a opinião pública bastante atenta”, disse.
(Publicado por Ingrid Oliveira)