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    EUA não interceptaram equipamentos médicos destinados ao Brasil, diz embaixador

    Todd Chapman, que chegou ao país no fim de março, diz que prioridade é parceria com país contra o novo coronavírus

    Todd Chapman, embaixador dos EUA no Brasil, afirmou que sua prioridade é trabalhar com o país contra o coronavírus
    Todd Chapman, embaixador dos EUA no Brasil, afirmou que sua prioridade é trabalhar com o país contra o coronavírus Foto: Reprodução/ Embaixada dos EUA

    André Spigariol Da CNN, em Brasília

    O novo embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman – que chegou ao país no fim de março – negou nesta terça-feira (7) que seu país tenha interceptado equipamentos médicos produzidos na China com destino ao Brasil.

    “Estive lendo estas notícias. Por isso, emitimos um tuíte bastante claro. O Governo dos EUA não comprou nem bloqueou nenhum equipamento da China com destino ao Brasil”, disse o embaixador em videoconferência com jornalistas.

    “O que está acontecendo é que muitos fornecedores estão jogando: querendo vender para lá e depois vender para cá. Isso é contra a lei norte-americana. Não pode superfaturar. Não pode ter uma máscara que custa 10 e eu guardo para depois vender por 15”, completou.

    Ele disse que sua prioridade será trabalhar ao lado do governo no combate ao novo coronavírus. Chapman disse também que teve uma conversa “muito positiva” com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. “Estamos vendo como podemos ampliar nossa cooperação. Já temos especialistas no Brasil com linha direta com Washington”, disse.

    O diplomata foi indicado ao cargo pelo presidente norte-americano, Donald Trump, em outubro de 2019 e teve o nome confirmado pelo Senado em fevereiro deste ano. Ele analisou que sua chegada ao Brasil ocorre em um momento muito difícil por causa do enfrentamento à COVID-19.

    “Os EUA e Brasil têm uma longa história bem produtiva na área de saúde. Temos aqui no Brasil há mais de uma década um escritório do CDC [Centro de Controle e Prevenção de Doenças]. Já estamos trabalhando muito bem com o Brasil na área de saúde. É uma parceria bem ampla”, disse o embaixador, que destacou haver um canal de comunicação “completamente aberto” entre os dois países.

    “Depois disso, a primeira grande prioridade da nossa missão será o tema da economia e dos investimentos”, completou. Chapman também elencou a questão da segurança, como o combate ao terrorismo e ao tráfico de drogas, e a cooperação com o Brasil em temas globais, como a promoção da democracia e da liberdade religiosa como questões a serem tratadas no futuro. “[São] áreas em que Brasil e Estados Unidos têm muita afinidade.”

    Deportação de brasileiros na pandemia

    Questionado sobre a deportação de brasileiros que entraram de forma ilegal nos EUA mesmo durante a pandemia do novo coronavírus, o embaixador não respondeu diretamente, mas defendeu que os países tenham leis para poder controlar quem entre em seu território.

    “Somos um país de imigrantes. Somos completamente a favor da imigração legal. Estes brasileiros lamentavelmente estão sendo enganados por organizações criminosas para serem levados até a fronteira. Isso é realmente um abuso dos seus direitos humanos”, disse, reforçando a necessidade de os dois países se unirem para convencer as pessoas a não imigrarem de forma ilegal.

    “Agora temos a cooperação do governo brasileiro para eles retornarem à sua própria terra. Eles não são maltratados, respeitamos todos os seus direitos humanos.”

    A questão da Venezuela

    Sobre o governo de Nicolás Maduro, cuja reeleição em 2018 não foi reconhecida por Brasil e EUA, Chapman afirmou que Washington e Brasília têm “muita sintonia” nessa questão.

    “Reconhecemos que os venezuelanos estão sujeitos à ditadura. Felizmente o Brasil e grande parte da América Latina estão comprometidos com o retorno à democracia na Venezuela”, disse o embaixador.

    Ele disse que foi justamente nesse sentido que o governo americano emitiu recentemente uma proposta para um governo de transição democrática na Venezuela que não inclui Maduro e Guaidó.

    “Acreditamos que é a melhor solução. O Brasil é um líder para a solução da questão democrática e humanitária na Venezuela”, completou.