Estratégia de Lula e Bolsonaro de focar no Sudeste faz sentido, diz especialista
À CNN Rádio, a professora de ciências políticas Luciana Veiga lembrou que a região tem historicamente o maior número de abstenções
A pouco mais de duas semanas do segundo turno, tanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) focam os esforços de suas campanhas no Sudeste.
Essa estratégia, na avaliação da professora de ciências políticas Luciana Veiga, é acertada.
“Os números das pesquisas mostram que eles têm razão ao focar no Sudeste, é onde está a maior fatia do eleitorado brasileiro e historicamente é onde tem se dado o maior número de abstenções”, disse, à CNN Rádio.
A especialista destacou que as abstenções são um ponto-chave, já que representam uma chance maior de crescer “para além do ‘virar voto’, que é mais difícil.”
“Os candidatos podem crescer trazendo para a disputa eleitores que pensam na abstenção”, explicou.
De acordo com a cientista política, o Sudeste também tem a “maior volatilidade de intenção de voto”, ou seja, de movimento de mudança de preferência por Lula ou Bolsonaro.
No que diz respeito a “virar votos”, a professora avalia que o ideal é pensar, justamente, no “voto volátil.”
Neste tipo de voto, o eleitor sofre a “pressão cruzada”, ou seja, ele é pressionado por diferentes grupos aos quais pertence.
Por exemplo, a pessoa pode ser da igreja evangélica, que favorece Bolsonaro, mas de classe mais pobre, que favorece Lula.
Neste caso, este eleitor “nunca está numa posição de conforto, e qualquer movimento pode fazer mudá-lo de voto”.
*Com produção de Isabel Campos