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    Estamos na maior crise entre Poderes desde a redemocratização, diz especialista

    Murillo de Aragão diz que o embate entre o Bolsonaro e o STF não foi visto nem nos governos de Fernando Collor e Dilma Roussef

    Da CNN, em São Paulo

     

    Em entrevista à CNN, o cientista político Murillo de Aragão afirmou que a relação entre os Poderes sofre uma crise “nunca vista desde a redemocratização”. Nesta quinta-feira (5), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, afirmou durante sessão desta quinta-feira (5) que o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) ataca integrantes da Corte.

    “Mesmo nos tempos difíceis de Fernando Collor e Dilma Rousseff aconteceu situação semelhante a que nós estamos vivendo agora. De certa forma é impensável que Bolsonaro continue esticando a corda do debate com o STF e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e, evidentemente, com prejuízos ao seu próprio desempenho eleitoral em 2022″, explicou o especialista.

    Com as falas de Bolsonaro, Fux resolveu cancelar o encontro que reuniria os chefes dos Três Poderes. O presidente da República, por sua vez, afirmou que não atacou o STF.

    Aragão afirma que Bolsonaro pode estar cometendo haraquiri (suicídio ritualístico japonês) institucional”. Na visão do cientista político, um presidente ainda mais radical pode fazer com que o seu eleitorado mais moderado migre para um candidato mais próximo do centro político. 

    “Aquela polarização entre ele e o ex-presidente Lula está sendo ameaçada por essa radicalização verbal de Bolsonaro. O centro, que parecia inviabilizado para disputar com chances em 2022, começa a ganhar consistência a partir do fato que aquele eleitorado não bolsonarista que votou em Bolsonaro em 2018 buscará outros caminhos eleitorais e poderá viabilizar uma nova configuração de disputa para as eleições do ano que vem”, concluiu Aragão. 

     

    Editado por Evandro Furoni

    O presidente do STF, Luiz Fux
    O presidente do STF, Luiz Fux, durante declaração após reunião com os presidentes da Câmara e Senado, ministros e governadores.
    Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

     

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