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    “Estado só aparece quando é para matar alguém através da polícia”, diz Lula sobre operação no Rio

    Ex-presidente chama mortes em ações policiais de “genocídio” e atribui caso de Genivaldo de Jesus Santos à falta de “formação”

    Da CNN

    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (31) que a presença do Estado em comunidades como a Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, só ocorre quando a polícia entra para “atirar” ou “matar alguém”. Segundo ele, a violência policial se deve à ausência de políticas públicas e de programas sociais nessas localidades.

    “Se o Estado estivesse presente nessas áreas, a polícia seria apenas mais um componente para manter a tranquilidade. Acontece que as pessoas ficam ilhadas, ficam separadas, ficam abandonadas, e o Estado só aparece quando é para matar alguém, através da polícia”, afirmou o petista.

    A declaração foi dada em entrevista à rádio Bandeirantes FM de Porto Alegre. Lula respondia a um questionamento sobre a operação policial na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, realizada na quinta-feira (26). A ação, que resultou na morte de 23 pessoas, foi elogiada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais.

    Segundo o ex-presidente, a violência policial poderia ser evitada se o Estado chegasse antes com políticas sociais, de emprego, educação, saúde, saneamento básico, cultura, investimentos em áreas de lazer, asfalto e iluminação. “Certamente a polícia seria mais um ingrediente de política social e não a única solução como se tenta estabelecer”, disse.

    Lula chamou as mortes ocasionadas em operações policiais no país como “genocídio”. “Eu acho abominável esse genocídio que acontece no Brasil. Nesse dia [26 de maio], morreu mais gente pela polícia do Rio de Janeiro do que na guerra da Ucrânia”, afirmou.

    Ele também disse considerar que o problema da violência policial não é da instituição em si e citou o caso de Genivaldo de Jesus Santos, morto por asfixia durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Sergipe, na quarta-feira (25), ao ser trancado no porta-malas de um carro onde uma bomba de gás havia sido acionada.

    “Eu te confesso que não dá para dizer que é a instituição. A gente tem que dizer que alguns policiais recebem orientação de seus comandantes de forma equivocada. Porque em nome de matar bandido se mata inocente. Você viu o que foi feito com o rapaz, o Genivaldo, em Sergipe? Aquilo é comportamento da polícia?”, questionou.

    Para o petista, o caso é resultado da “falta de formação, atuação, inteligência e preparação” da polícia.
    No sábado (28), a PRF divulgou um vídeo institucional em que afirma ter visto “com indignação” os fatos ocorridos, e que “não compactua” com as medidas adotadas na abordagem. “Os procedimentos vistos durante a ação não estão de acordo com as diretrizes expressas em cursos e manuais de nossa instituição”, afirmou o coordenador-geral de comunicação institucional da PRF, Marco Territo.

    O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse no Twitter ter determinado a abertura de inquérito pela Polícia Federal e na própria PRF para apurar o caso.

    Debate

    A CNN realizará o primeiro debate presidencial de 2022. O confronto entre os candidatos será transmitido ao vivo em 6 de agosto, pela TV e por nossas plataformas digitais.

    *Publicado por Estêvão Bertoni, com informações de Carolina Ferraz, da CNN

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